Esse título (apesar do pequeno equívoco, pois o correto seria “onde”.. mas vá lá.. licença poética pra tudo nesse mundo) é de uma música chamada As Flores, composição de Ortinho e Lula Côrtes (dois doidões de plantão), que está no disco Somos, do Ortinho. Ela embelezou minha madrugada de ontem/hoje ao chegar do jantar da casa de Filipe BB (o moço “verbete-mamute”).
Eu já tinha ouvido a canção certa vez no Abril Pro Rock do ano passado, numa versão bem rock’n’roll, cantada por Daniel Belleza & os Corações em Fúria (uma das pouquíssimas bandas que me agrada em relação ao rock brasileiro de hoje em dia), com participação do supracitado Ortinho, num modelito impagável e numa performance bárbara. Quem viu, viu. Aliás, essa música também foi gravada pelo próprio Daniel Belleza.
Essa versão cantada por Ortinho é suave (apesar da aspereza da voz do cidadão), repleta de uma lúdica sensação, tão poética como um belíssimo arranjo de flores sobre sua mesa (ou mesmo sobre sua cabeça). Um arranjo simples (e por isso bastante bonito), com violão, bandolim, flauta, etc e tal. Apesar de a letra parecer denotar uma aparente tristeza, me parece bem viva, de natureza sutil e sorridente. Portanto, peço a todos que nunca esqueçam, por favor, de regar as tão belas flores de suas cabeças.
Quem quiser baixar a música, clica nesse link aqui: http://rapidshare.com/files/1464291/08._Ortinho_-_As_Flores.mp3.html
(instruções: ao abrir a janela, desça um pouco a tela, clique em "Free" - que estará no canto inferior direito de uma tabela - , depois que abrir outra janela, começará uma contagem regressiva; ao término dessa contagem, aparecerá um código de três caracteres, para confirmar o download. É só digitar o código, e mandar ver; escolher o lugar pra salvar a música e pronto. Basta aguardar a conclusão do download).
Aí vai a letra:AS FLORES
Ortinho/Lula Côrtes
Aonde estão as flores
Da sua cabeça?
Murcharam, secaram
Só restaram os caules e espinhos
Ressecados de tristeza
Estão em qualquer vaso
Jogado, rachado, quebrado
Enfeitando qualquer mesa
Estão nos arranjos
Mandados, estão estampadas
Na blusa que você me deu
E lá permanecem bem vivas
E tão coloridas
Só que você esqueceu
...
A 85% de sexo. Lascívia. Tesão. Libido. Vontade. Desejo. Paixão.
Ando explodindo muito de tudo isso. Por quem? (alguém pode perguntar, creio eu). E respondo: apenas pela vida (se é que alguém esperava por uma resposta menos abstrata). Ouvindo a música supracitada e me vendo hoje em dia (no meio de um turbilhão de emoções, sensações, mudanças) é como se eu quisesse ver todas essas flores, com uma vontade intensa de tocá-las, todas, cheirá-las, espalhá-las pelas ruas e costurá-las em todas as minha roupas. As flores de hoje em dia estão secando (queixa antiga minha). Eu não caibo mais em mim. Sentir demais pode se tornar perigoso. E na impossibilidade de atingir um grau de emoção tão intenso o quanto desejo (por “n” fatores “humanos”), passo a aderir ao freqüente entorpecimento (via substâncias insólitas). Isso às vezes chega a me dar ápices e picos de sensações magníficas, como ver, cheirar, sentir e ouvir tudo muito mais amplo e mais próximo a (ou dentro de) mim. Vontade de abraçar o mundo.


DETALHE: Continuarei essa campanha de busca a cada post meu ou até que eu me canse de fazê-lo.. hahahahahahaha..
E eu continuo a perguntar: Aonde estão as flores de vossas cabeças?
(ouvindo As Flores, by Ortinho).