29 setembro 2007

sonho que se sonha junto...


Ontem, uma pessoa de fundamental contribuição para a minha formação ética e humana deu um passo gigantesco em sua vida.

Luiz Adolpho Alves e Silva (meu sempre professor, mestre e amigo), filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) e disputará, no próximo pleito (2008), uma vaga na Câmara dos Vereadores de Olinda.

Fico feliz, orgulhoso e torcendo bastante pelo sucesso de Adolpho nessa nova empreitada. Isso, porque sei de sua integridade como homem, de sua busca incessante pela justiça, pelo bem estar coletivo, pela inclusão social, pela democratização de valores fundamentados no respeito à dignidade humana, e sei de seus valores, sempre tão consistentes e coerentes com sua história de vida.

Conheci Adolpho em meados dos anos 90, quando eu ainda era um adolescente, no Colégio Souza Leão. A princípio, o nosso primeiro contato foi como professor e aluno. Ele, professor de Educação Física. Eu, um jovem estudante de 12 pra 13 anos. Sempre bastante receptivo, com um sorriso acolhedor no rosto, ele era um professor diferente, que se preocupava individualmente com as potencialidades de cada aluno, estimulando e incentivando o desenvolvimento sadio (e consciente) dessas potencialidades.

Após isso, num segundo momento, conheci o Adolpho mestre. A partir de um evento que ele idealizou para o colégio, onde ele colocava os alunos como agentes diretos de um processo de construção artística, cultural, de conscientização e garra, que envolvia a todos, emocionalmente, ideologicamente. Um evento onde o aluno participava, responsavelmente, como alguém capaz de ser ator principal e também dialogicamente no processo educacional, onde ele mesmo, o aluno, colocava a mão na massa e toda a sua criatividade pra fora. Lembro-me das conversas de um grande mestre, preocupado e responsável pela formação da capacidade crítica de cada um de nós. As conversas sobre valores de vida, de sociedade, política, amor, cidadania. Ele plantava em cada um de nós uma semente que acredito ter sido responsável pelo rumo que hoje tomamos, seja eticamente, artisticamente, politicamente, etc. Pra mim, esses tempos e essa relação foi a mais proveitosa, dinâmica e saudosa que tive em minha vida. E principalmente porque eu estava crescendo, amadurecendo, formando meu discernimento, tecendo meus caminhos, fazendo minhas escolhas. E ele foi o mestre mais adequado para esse momento. Alguém que sempre nos orientou para que nos percebêssemos como agentes sociais transformadores, e que nos despertou (acredito que eternamente) a capacidade de indignação com as mazelas e injustiças da sociedade, da alma.


E com isso percebi que, realmente, ele era (e continua sendo) um professor diferente: ele vai muito além dos quadros das salas de aula e das quadras de esportes (onde nos conhecemos). Ele vai ao cerne dos nossos brios, fazendo despertar em nós uma consciência forte, lutadora, perseverante, mas, ao mesmo tempo, doce, carinhosa, reflexiva, identificada com o coletivo, com o outro.

Dessa relação de professor/aluno e mestre/aprendiz, os laços foram se estreitando e a nossa proximidade e identificação foi cada vez mais nítida. E daí, conheci o Adolpho amigo e homem, como qualquer um de nós, que tem sonhos, desejos e objetivos a conquistar. E entre esses objetivos (acho que o principal deles) está o de ajudar na construção de uma sociedade mais igualitária, mais justa, mais fraterna. Ele sempre demonstrou isso em todas as suas conversas, na forma como ele nos incentivava a seguir em frente e batalhar por nossos ideais, a lograr conquistas de forma digna.

Ele enfrentou um grande baque em sua vida: a perda do pai, Tárcio Botelho, no dia 20 de novembro de 2001. Tárcio foi um dos grandes carnavalescos que a cidade de Olinda já teve. Fundador da Pitombeiras e, à época, Presidente do Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia-Noite (a maior e mais importante agremiação do carnaval olindense). Ele era o alicerce no qual se sustentava toda a identidade ética, humana e política de Adolpho. Era o seu maior herói. Diante dessa perda, Adolpho passou um tempo maturando e percebeu que a obra de vida e esperança de Tárcio não estava acabada. Era preciso dar continuidade a ela. E ninguém melhor do que o próprio filho para lutar pela continuidade da obra do pai, pra manter esse legado vivo. E Adolpho arriscou-se a encarar o seu primeiro grande desafio de vida: candidatar-se à presidência do Homem da Meia-Noite, competindo contra Sílvio Botelho, o famoso “bonequeiro” da cidade.

Adolpho ganhou.

Porém, ao contrário do que se pode imaginar, conduzir um bloco da magnitude do Homem da Meia Noite não é nada fácil. E Adolpho tinha um plano para aquela agremiação: que ela ultrapassasse a mera característica de instituição carnavalesca e alcançasse também o âmbito social a que ela poderia se destinar. Assim sendo, criou o projeto “GIGANTE CIDADÃO”, que tem como proposta a inclusão social de crianças carentes do entorno do Bonsucesso. A idéia é que as crianças tenham acesso a aulas de teatro, dança, comunicação, cidadania, também biblioteca e laboratório de informática (disponíveis na sede do bloco). Para isso, a única exigência é: que cada uma dessas crianças esteja matriculada regularmente na escola. Com isso, há o estímulo à procura pela escola, pela educação, e também por uma didática diferenciada, envolvendo no processo educacional campos de conhecimento e arte como a dança, o teatro, formação da consciência crítica e social (com as aulas de cidadania), com a participação ativa de todos: educadores, alunos, pais, a comunidade como um todo. Esse projeto acabou dando ao Homem da Meia-Noite um reconhecimento muito além do que ele desfrutava, pois muito mais do que promover apenas o carnaval, ele agora promove a inclusão social, a educação, a cidadania e a arte em suas diversas acepções, dando oportunidades de aperfeiçoamento das potencialidades àqueles que, por falta de condições financeiras razoáveis, não teriam acesso a essa possibilidade pelas vias formais.

Pelo tanto de empenho, carinho, amor e perseverança que Adolpho tem colocado em suas ações, essa sua luta por uma sociedade mais justa tem se mostrado eficaz. E agora, vai colocar suas forças a serviço de um projeto que pode ter um alcance ainda maior do que ele já tem conseguido em sua comunidade. Agora, suas forças serão colocadas a serviço da cidade de Olinda. Sempre identificado com os ideais socialistas, comunistas, ele acaba de ingressar no PC do B (abonado, em plena Câmara Municipal de Olinda, pela Prefeita Luciana Santos, agora sua companheira de partido), para disputar as eleições no próximo ano, candidatando-se à vereador da cidade. Torço muito por essa conquista, pois sei que, pelo homem íntegro que é, ele tem muito a contribuir com Olinda, com seu povo, com sua sociedade, com sua gente. Acredito nele. Sempre acreditei.

E para meus amigos (todos, mas principalmente os olindenses), peço que dêem seu apoio a esse homem que é digno de nossos votos, de nossa confiança em seu projeto, em seu caráter, em seu amor pela nossa terra.

Uma comunidade foi criada para angariar apoios e força para Adolpho nessa nova caminhada (que é, também, por nossa condição de cidadãos conscientes e responsáveis, uma caminhada NOSSA). A comunidade se chama “AMIGOS DE LUIZ ADOLPHO”.

Aí vai o link: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=37842247

Ajudemos a construir esse novo caminho pra nossa política.

Raul Seixas, um dia, disse: “sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”.

25 setembro 2007

+ youtube, zumbis e sons legais na semana.


Diante do grande sucesso do vídeo Tainá, canção de Tiago West, interpretada por ele, Juliano Muta, Cecília Pires e eu (foram 781 acessos até o momento em que escrevo, em 20 dias), eis que o mesmo disponibilizou hoje no youtube mais outro vídeo, com os bastidores da gravação, erros e passagens interessantes (vide a incrível, incansável e incessante busca de Juliano Muta pela perfeição durante as tomadas).



Aí vai o link:

http://br.youtube.com/watch?v=5lVacMWj47M

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FOME DE TUDO

É o nome do novo CD da Nação Zumbi, que terá lançamento na segunda quinzena de outubro, pela gravadora Deckdisk, e conta com produção de Mário Caldato Jr. (que já trabalhou com grandes nomes como Marcelo D2, Marisa Monte, Björk, Beck, entre outros) e participações de Junio Barreto, da cantora Céu (na faixa Inferno) e do tecladista dos Beastie Boys, Money Mark (em Assustado)





Para despertar mais curiosidade e expectativa nos fãs e admiradores da banda, um site foi criado apenas com a logomarca desse novo trabalho e um trecho da música Inferno tocando, em instrumental.

O site é: www.fomedetudo.com

E quem quiser baixar esse áudio que rola no site, pode acessar o link:
www.fomedetudo.com/intro.mp3

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BOUGE TON SQUELETE

Como eu já esperava, foi um absurdo de bom o show da Bande Ciné no Quintal do Lima, no último dia 13. A casa cheia, a instigação, a qualidade do repertório e dos arranjos, o entrosamento e felicidade da banda transformaram a noite num ambiente propício para a diversão e apreciação de um bom som.

Pra quem ainda não conhece, o sexteto formado por Filipe Barros (guitarra e voz), Demóstenes “Macaco” Jr. (trompete), Bruno Vitorino (contrabaixo), André Sette (teclados), Thiago Suruagy (bateria) e Tatiana Monteiro (belíssima voz) revisita clássicos (e não-clássicos) da música francesa e italiana dos anos 60 e 70, passeando pelo repertório de artistas como Brigitte Bardot, Serge Gainsbourg, France Gall, em arranjos que dão às canções uma roupagem atual, porém com a substancial e encorpada qualidade dos arranjos originais.

A Bande Ciné, então, volta ao Quintal do Lima nessa quinta-feira (27/09), às 22h, para mais uma apresentação, que terá alguns convidados especiais: Zé Cafofinho, o trompetista Márcio Oliveira (nosso querido “cabecinha”) e euzinho aqui, Leonardo Vila Nova, descendo as mãos nas congas em 3 músicas. A entrada lá custará R$ 5,00.

Vale a pena conferir e se divertir, sempre!

10 setembro 2007

youtubado & sons novinhos

“.. e os dias concorrem, com suas cores avermelhadamente azúis de tão alaranjados verdes, com os ocres de minha visão em desalinho, onde tudo o mais se intercepta de tons delicados, mas tão profundamente densos” (Leonardo Vila Nova)

amiguinhos..

.. tudo ao mesmo tempo agora!!! agora!!! NOW!!!

Vila Nova dá o ar de sua graça no youtube mais uma vez.




Eis que o amigo Tiago West registra, em vídeo, a sua composição Tainá, e convida para acompanhá-lo o moço Juliano Muta (triângulo e voz), a mocinha Cecília Pires (flauta transversa e voz) e esse que vos fala (no pandeiro e voz). Isso sem esquecer do tão providencial auxílio de Lari’s Milk (no incomparável “apito broxante”) e de Marília Amorim, nossa “câmera-woman”.

A música tem uma melodia lírica, medieval.. de letra idem.. porém, a instrumentação feita pra ela é a de um baião.

Não gostei muito do meu desempenho ao pandeiro (proveniente do esmero em tentar tocar o mais baixo possível, por conta da captação estridente da câmera.. isso de tocar mais baixo acabou interferindo no meu jeito de tocar..), mas a música é bela e eu gostei muito da experiência. WEST!!! PODE ME CONVIDAR MAIS VEZES!!! TÔ DENTRO!!!

Aí vai o link do vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=_g34-aWoag0

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Essa semana tem novidade musical na área: é a estréia do projeto Bande Ciné, que se apresenta nesta quinta (13/09), às 22h, no Quintal do Lima.

A Bande Ciné, desde que eu soube da empreitada, sempre me pareceu um projeto bastante original, justamente pelo fato de fazer uma incursão por um universo musical pouco conhecido, divulgado e conversado pela grande maioria do público (brasileiro, ainda mais o pernambucano.. avalie o recifense): a música francesa dos anos 60 e 70. No repertório, canções de artistas como France Gall, Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot. Além de transitar por canções italianas e espanholas.

Por saber do potencial dos meninos (integram a banda os amigos Filipe BB, Thiago Suruagy, Demóstenes Júnior – nosso querido “Macaco” – e André Sette, além de Bruno Vitorino e Tatiana Monteiro – ambos ainda não conheço..) e também por já saber das músicas que farão parte do show, já tenho certeza de uma boa novidade pra apreciar nessas nossas noites tão ávidas por degustações musicais de fôlego juvenil e, ao mesmo tempo, de qualidade madura e consciente (como eles próprio dizem em seu release, “arranjos para se ouvir e para se dançar”). É isso que eu acredito que deverá acontecer nesse show da Bande Ciné.

O ecletismo também é a tônica da banda, que vai do jazz à salsa, da bossa nova ao iê-iê-iê e ao cha-cha-cha. Músicas como Te Veux Ou Te Veux Pás (versão francesa de Nem Vem Que Não Tem, de Carlos Imperial, famosa na voz de Wilson Simonal), a instigadíssima e fofinha Avant La Bagarre (France Gall), Moliendo Cafè (Mina Mazzini) e Tu Vuo Fa L’Americano (que ganhou maior visibilidade após fazer parte da trilha do filme Talentoso Ripley) são algumas das canções que farão parte do show.

Uma soma de elementos que tem como resultado uma proposta original e divertida (assim diz o release, assim eu endosso). Eis o que vai rolar quinta-feira (13/09), às 22h, no Quintal do Lima: Bande Ciné. A entrada é barata (R$ 5,00) e o endereço é Rua do Lima, nº 100, em Santo Amaro (próximo à TV Jornal).

Pra quem não conhece as músicas do repertório da Bande Ciné, aí vai o link para um vídeo da France Gall, cantando Avant La Bagarre (a minha preferida!!! A dancinha dela no refrão é A MELHOR.. hehehehe):

http://www.youtube.com/watch?v=44hV7OpUu0c

É nessa quinta!!! Vamos todos, gente!!!