21 novembro 2007

semeadura e a colheita – 3/3



Mas nem só de teorias, tratados filosóficos, conceitos musicais e CD demo (ou EP, hoje em dia) vive uma banda. Também é necessário muito trabalho, esforço e dedicação. Correr atrás de shows, divulgar, ensaiar, passar som, etc. E, antes de qualquer coisa, acreditar no que se faz, colocar todo o seu amor naquilo. Tudo isso para que o trabalho possa ser reconhecido e alcance o maior número de pessoas possível, e que possa estimular a sensibilidade de cada uma delas de alguma forma. Que nossa música instigue, agite, faça pensar, remexa por fora e por dentro, provoque catarses. Essas são conquistas bastante recompensadoras, são o propósito principal de se fazer arte.

Nessa caminhada de dois anos juntos, considero que foram muitas as conquistas de Chocalhos e Badalos. A gente teve uma repercussão até razoável pra uma banda iniciante que era formada por meninos muito jovens (com idades que não passavam dos 25.. o mais novo, à época, tinha 18/19 anos). Muita gente nos conhecia, mesmo sem que tivéssemos uma noção muito nítida disso. É claro que não era nada estupendamente avassalador, mas dava pra sentir que nossa música estava até rolando por aí.

Apesar do curto período de tempo, nós vivemos alguns momentos interessantes que eu gostaria de relembrar, compartilhando dessas lembranças com quem ler essas próximas linhas. Shows, gravações (pra TV e rádio), ensaios, etc. Coisas que me vêm em mente e que me trazem boas recordações.

ÍNDIA MÃE DA LUA: O COMEÇO DE TUDO!!!

Poucos sabem, mas o nosso primeiro “show” (informalmente, informalmente) foi em Maracaípe, a convite da Índia Mãe da Lua.

Recebemos a notícia desse convite pelo nosso querido japonês, Juliano Muta (na época, Juliano era ainda um menino arredio, bicho-do-mato, alternativo em excesso, totalmente despreocupado com a “logística” das coisas). Era um evento em defesa da natureza, que iria contar com várias bandas, etc. Ficamos até empolgados com a idéia. Mal sabíamos nós que o esquema era a maior sujeira.. hahahaha.. e, realmente, foi.

Não tivemos direito a transporte.. o nosso “Bolsa-Família” foi algo em torno acho de R$ 1,50 a R$ 3,00 em alimentação pra cada um (um refri, uma coxinha e olhe lá..), quase não tínhamos onde dormir, tocamos num equipamento furreca, que nem pedestal pra microfone tinha.. tudo desorganizado.. num clima woodstock praieiro da porra.. vendo o dia nascer, tocando, bebendo e “tentando” ser feliz. Encontramos de tudo: hippies, surfistas, coroa dona de pousada dando em cima de Juliano, caseiro de pousada gago, TUDO!!! Tenho traumas dessa Índia Mãe da Lua até hoje (ela só quer saber de fumar maconha e ficar tocando aquela flautinha dela.. hahahaha). Mas, no fim das contas, foi uma experiência divertida essa de viajar com a banda, em seu primeiro show.

E mais divertido ainda era ver Rafael Duarte (nosso primeiro baixista, hoje no Rivotrill), com sua voz esganiçada, reclamando estressado com Juliano, por conta dessa “mega” produção. Tanto que me lembro que Rafael perturbava, dizendo que isso era obra de “JULIANO MUTA PRODUÇÕES”.. hahahaha.. eu NÃO agarantchio!!!

3.ª BIENAL DA UNE (13 de fevereiro de 2003)

A União Nacional dos Estudantes realizava sua 3.ª Bienal de Arte e Cultura em Recife (PE), no Centro de Convenções de Pernambuco, e nós fomos um das bandas escaladas pra se apresentar. Tocamos para um público de aproximadamente 8 mil pessoas, abrindo o show de Alceu Valença. Apesar da nossa apresentação ter sido cortada pela metade por conta da produção (que alegava que Alceu queria entrar, impreterivelmente, às 23h30 e “foda-se” quem não tocar no tempo devido pra ele entrar..), apesar de fazermos um show de apenas 30 minutos, foi tamanha a emoção e o respaldo do público, empolgado e empolgante, que nos abriu os braços, fazendo com que uma belíssima energia nos conduzisse a realizar um show vibrante e inesquecível. O ponto alto foi justamente a abertura, cantando Geraldinos e Arquibaldos, de Gonzaguinha, somente à capela, para o púbico extasiado. Lembro-me comovido daquela multidão.

A TRILOGIA DOS “CANTOS”

É também inesquecível a série de apresentações no Teatro Maurício de Nassau (na época, administrado por Serginho Altenkirch, grande camarada e incentivador do nosso grupo, que sempre esteve a postos, nos cedendo espaço pra apresentações), onde apresentamos, entre outros shows, a trilogia dos “Cantos”: 1) Canto de Ossanha (30 de abril de 2003); 2) Canto de Xangô (18 de junho de 2003); 3) Canto de Iemanjá (30 de agosto de 2003). Todas as apresentações foram feitas juntamente com os amigos da Comuna (na época, Comuna Experimental) e do grupo de teatro Caixa de Pandora. Todos esses shows tinham um clima mágico, de interação ente os grupos que participavam e o público. Tudo começava no meio da rua, com o Caixa de Pandora realizando seus experimentos cênicos, suas intervenções teatrais/poéticas/musicais/dionisíacas. Em algumas dessas, nós participamos com a música. Do lado de fora até dentro do teatro, o publico era conduzido pelos atores, num clima de catarse bastante propício para o banquete musical que viria a seguir, servido por conta da Comuna e de Chocalhos e Badalos. O mais memorável desses encontros foi o primeiro, Canto de Ossanha, onde uma belíssima jam com todos os músicos rolou no final. Juliano utilizava um chapéu de bobo da corte, cantamos, todos juntos, a música título da festa e até eu cantei A Carne, composição de Seu Jorge e Marcelo Yuka, famosa na voz de Elza Soares. Arrebatador.

XIII FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS (13 de julho de 2003)

Esse momento representou uma grande realização pra todos nós. Estar ali, naquele grande evento, naquela cidade, apresentando-se para um público diferente (e também tão próximo, já que grande parte do povo de Recife vai pra lá), tudo tinha um sabor diferente, marcante. A produção do festival foi de uma eficiência, profissionalismo e gentileza tamanha conosco. Transporte exclusivo, camarim decente, som impecável.. tudo isso contribuiu para uma apresentação também impecável, feliz, instigante, contagiante, que contou com a participação da paraibana Larissa Montenegro (da banda Chico Correa & Electronic Band), dividindo com Filipe BB os vocais em Pra Onde o Mar se Acaba. Tocamos para um público de, se não me engano, 15 mil pessoas, com direito a matérias elogiosas nos jornais do dia seguinte. Uma platéia também muito vibrante. Um show com direito a bis, a pedidos da produção do palco. Além de quê, a participação dos atores Júnior Aguiar e Asaías Lira (o Zaza) na introdução do show, com a música A Cara do Cara. Saímos de alma lavada, por termos feitos um bom trabalho nesse dia. Um dia muito especial.

CASA DA GLOBO / CARNAVAL ATERNATIVO DO RECIFE ANTIGO (24 de fevereiro de 2004)

Era o último dia do carnaval de 2004. E nos apresentamos no programa Casa da Globo, que é exibido anualmente, no período carnavalesco, onde artistas são chamados pra uma casa em Olinda (este ano, também no Recife Antigo), onde cantam e conversam sobre música e carnaval com os repórteres da Rede Globo Nordeste. Nesse mesmo programa que participamos, também passaram por lá Claudionor e Nonô Germano, SpokFrevo Orquestra, Lula Queiroga, Lenine e Silvério Pessoa (que cantou conosco Micróbio do Frevo e Me Dá um Cheirinho).

Além da visibilidade que a TV poderia nos dar a partir daquele programa, tivemos direito a um buffet da Rede Globo que, meu amiiiiigo, RESPEITE!!! hahahaha.. todo mundo lavou a burra!!! Então, bêbados, drogados e prostituídos (principalmente por conta do whisky) saíamos todos dali, rumo em direção ao Teatro Maurício de Nassau, onde nos apresentaríamos pela programação alternativa do carnaval do Recife Antigo (a cena mais bizarra, fruto dessa tarde etílica, foi a de Juliano, saindo desesperado pela janela da van, no meio do caminho, pra mijar no meio da rua, pois ele estava apertado.. hahahahaha).. o show no teatro foi bem carnavalesco, pelo clima de embriaguez que nos encontrávamos. O teatro estava lotado e o público caloroso. Formidável.

ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE HISTÓRIA – ENEH (12 de julho de 2004)

Esse dia, em especial, teve um clima mágico. Não sei explicar exatamente porque, mas dava pra sentir que a energia daquele lugar (Forte das Cinco Pontas) era linda, diferente, transcendental, propícia para a celebração da arte. Era de uma natureza cósmica que nos permitiu vivenciar intensamente na pele aquele show, com um público de estudantes de todos os lugares do país, curiosos, ávidos, que antes do shows nos perguntavam a todo o instante o que iríamos tocar, e que durante ele responderam positivamente à nossa intenção: envolvê-los com nossa música.

Eram belas meninas, dançando mística e sensualmente, contornando os espaços com pés e mãos, eram olhos atentos e brilhantes. Era gente com sede insaciável de música. E nos demos de beber reciprocamente.

Nesse dia, contamos com o amigo Yuri Pimentel (da Comuna) tocando contrabaixo conosco, já que Deco estava em viagem.

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Abaixo, mais um vídeo gravado no Som da Sopa (em novembro de 2003). Dessa vez, tocando a música Pra Onde o Mar se Acaba. E como não poderia deixar de ser, a legenda no vídeo está errada. hahahaha:







Além desses, foram tantos os lugares por onde passamos e deixamos os sons de nossos acordes e batuques:

- Capibar (por diveeeeeeersas vezes)

- Unicap (por duas vezes)

- La Prensa

- Armazém 14 (para o programa de TV Som da Sopa, de Rogê, num especial, onde também participaram Sa Grama, Pindorama, Comadre Florzinha, Os Cachorros e Textículos de Mary)

- Comunidade da Ilha Santa Terezinha (Santo Amaro)

- Espaço Usina (onde fizemos um show incrível, por onde passaram, na mesma noite, Coco Raízes de Arcoverde, Eddie, Comadre Florzinha, Maciel Salú, Cila do Coco, Sa Grama, Batuque Usina, Coco Bongar, Cogu Blues, Bonsucesso Sambaclube, Mombojó, Aurinha do Coco, DJ’s Nego Nu e Gringo da Parada.. e lá também também fizemos um show especial de São João, junto com Comadre Fulozinha)

- Praia de Boa Viagem - na frente do Acaiaca (para o programa de rádio Cidade na Praia, também de Rogê).

- Fafire

- Garrafus (hoje, Toca da Joana)

- Mad Pub

- Canal das Artes (onde realizamos o último show da banda, no dia 4 de dezembro de 2004)

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Além disso, fizemos algumas aparições em programas de rádio e TV, como os já citados Som da Sopa e Cidade na Praia. Também fizemos participações em outros programas da Rádio Cidade (como o Cidade do Rock e o Torcida da Cidade, onde alguns dos meninos conversaram sobre música e futebol) e da Rádio Universitária AM (Coquetel Molotov).

Na TV, demos as caras no Bom Dia Pernambuco e no Jornal Hoje (programa exibido nacionalmente), onde gravamos, durante 4 horas, nas cidades de Recife e Olinda, para um quadro semanal do jornal, com bandas independentes de todos os cantos Brasil.

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Por todas essas (e algumas outras) que eu percebia o quanto estávamos seguindo pelo caminho certo. Era o que me demonstravam as situações que vi e vivi durante esse tempo de banda.

Uma delas (a mais arrebatadora de todas, sem dúvida), foi quando fui ao centro da cidade, fazer uma entrevista com Rogê, na época em que ele estava fazendo o programa Cidade de Andada, no qual ele ia com um estúdio móvel, semanalmente, apresentar o programa de um ponto diferente da cidade. Ao chegar lá, ele me pegou de surpresa e me perguntou, no ar, pela banda, e pediu a Jairo (que estava no estúdio) pra rolar uma música nossa, Velho Samba Novo (de Juliano Muta).. e no momento em que tocava a música, percebi que alguns jovens que ali estavam assistindo ao programa também cantavam-na. Isso foi muito interessante pra mim. Na época, a música fazia parte do “Cidade dá de 10”, que era o “top” das 10 músicas mais executadas na rádio.

Outras coisas que me pareceram interessantes foram declarações de Silvério e do Mombojó a respeito de Chocalhos e da nossa importância naquela nova safra musical que surgia. Silvério, inclusive, à época de uma de suas turnês ao exterior, falava à Folha de Pernambuco que um dos discos que ele levaria consigo para ouvir na viagem e durante a turnê era o nosso CD demo.

E no ano passado, conheci (através do soulseek) uma jornalista do RJ, chamada Kika Serra, que comanda um programa de rádio transmitido em Londres, o Caipirinha Apreciattion Society. Ao contar que eu tinha uma banda chamada Chocalhos e Badalos, ela me falou que já tinha tocado música nossa no programa, a mesma Velho Samba Novo. Vejam só: Chocalhos já tocou até em programa de rádio em Londres!!!

Além disso, por conta de alguns acidentes de percurso, QUASE chegamos a tocar, por duas vezes, no Abril Pro Rock, e uma vez no Rec Beat.

Também os comentários e críticas que sempre recebemos de pessoas próximas (e de algumas outras nem tão próximas assim, mas que chegavam até nós pra falar da banda) atestam o quanto era bom, importante e consistente o que a gente estava fazendo naquela época. Tudo isso reafirma sempre dentro de mim que fizemos o melhor de nós durante esse tempo, assim como me dá a certeza de que conseguimos colher bons frutos a partir disso.

E é exatamente por isso que eu gostaria de agradecer a MUITA GENTE por essa história que construímos ao longo desses 2 anos, essa história marcante que iremos relembrar neste dia 30 de novembro. Meus agradecimentos para: Filipe BB, Juliano Muta, Deco Nascimento, Thiago Suruagy, Guilherme Almeida, Eluizo Júnior, Yuri Queiroga, Fumato, Rafael Duarte, Thiago Brigídio, Comuna, Júnior Aguiar, Asaías Lira, Ângelo Fábio (e todo o pessoal que fazia parte do grupo Caixa de Pandora), Rogê, Sérgio Altenkirch , Larissa Montenegro, Raul Luna, Fernando Carvalho, Karina Ferreira, Pardal e Verde Lins, Che Guevara, Gonzaguinha, Chico Buarque, Clara Nunes, Silvério Pessoa, Melina Hickson (N.A.V.E. Produções), Dona Socorro (Capibar), Felipe Machado, e, PRINCIPALMENTE, aos grandes amigos do peito, aos familiares, que foram os nossos principais incentivadores.

Então, vamo que vamo!!! Todo mundo no Quintal do Lima no dia 30 de novembro, às 22h, nessa apresentação que será uma oportunidade ÚNICA de ver essa patota inteirinha reunida novamente; A banda estará completíííííssima.. os 7 em palco.. isso, se “Garrinchinha” não der o drible (alguns sabem do que estou falando.. hehehehe), tocando as músicas do repertório original, com novas roupagens, acrescido de mais algumas novidades.

Daqui pra lá, vou abastecendo a todos com mais informações.

Um beijo doce no coração e um abraço apertadíssimo na alma de todos.

12 novembro 2007

a cara do cara – 2/3



No fim de 2003 pro começo de 2004, Chocalhos e Badalos gravou o seu CD demo (hoje, a onda é chamar de EP – dá um ar mais profissional, hehehe..), intitulado A Cara do Cara.

Tentamos, à época, pinçar as músicas que poderiam ser as mais representativas diante do universo tão plural pelo qual a banda transitava.

E escolhemos seis (abaixo, seguem os links do rapidshare, pra quem quiser baixar cada uma delas):

Lecoque Cafonê (Juliano Muta/Anderson Loof) -

http://rapidshare.com/files/62834097/01._Chocalhos___Badalos_-_Lecoque_Cafon_.mp3.html


Velho Samba Novo (Juliano Muta) - http://rapidshare.com/files/62835398/02._Chocalhos___Badalos_-_Velho_Samba_Novo.mp3.html

Invocação ao Filho do Trovão (vinheta) (Filipe BB) -
http://rapidshare.com/files/62836067/03._Chocalhos___Badalos_-_Invoca__o_ao_Filho_do_Trov_o__vinheta_.mp3.html

True Vão (Filipe BB) -
http://rapidshare.com/files/62837171/04._Chocalhos___Badalos_-_True_V_o.mp3.html

Mariposa (Leonardo Vila Nova/Juliano Muta) -
http://rapidshare.com/files/70132233/05._Chocalhos___Badalos_-_Mariposa.mp3.html

Pra Onde o Mar se Acaba (ou Pro Outro lado de Lá) (Filipe BB) - http://rapidshare.com/files/62839950/06._Chocalhos___Badalos_-_Pra_Onde_o_Mar_se_Acaba__ou_Pro_Outro_Lado_de_L__.mp3.html

A Cara do Cara teve uma produção que durou cerca de 3 a 4 meses. Foi gravado, mixado e masterizado no estúdio Wozen. Na época, sob a coordenação técnica de Fumato e Thiago Brigídio.

O vídeo abaixo é mais um da nossa participação no programa Som da Sopa (em novembro de 2003). OBS.: O nome da música está errado. O nome correto é Alegria Empoeirada:







Foi um processo muito cuidadoso, esmerado, intenso, por vezes desgastante (pela dedicação diária de horas em estúdio que isso nos exigiu), mas muito recompensador. Isso desde a pré-produção, nos ensaios e na criação das guias na casa de Filipe, até as gravações e a fase posterior, de mixagem, onde lançamos mão de mil e uma mirabolâncias tecnológicas para dar vida às complexas linguagens que queríamos utilizar pra dar vazão às nossas idéias musicais. O resultado foi excelente.

Durante as gravações, as idéias fervilhavam a todo instante. Quanto mais gravávamos, mais coisas iam surgindo pra criar em cima das músicas. Lembro-me, inclusive, das gravações de percussão, que duraram em torno de 11 horas seguidas, que, além do imenso arsenal percussivo que utilizávamos (pandeiros, congas, ganzá, derbak, caracaxás, ilú, alfaia, zabumba, triângulo, moringa, tamborim), contou com elementos um pouco mais improváveis, como palminhas de mão, estalos de dedo, apitos, queixadas e até galão de tinta.

O clima de gravação era bem familiar, com os amigos sempre em volta, colaborando, participando. Em True Vão, contamos com a participação de Yuri Queiroga, na guitarra “etérea”, e de Rafael Duarte, participando do coro. Além disso, era muito divertido ter Fumato como engenheiro de gravação e mixagem, pela figuraça que ele é, sempre brincando, contando piadas, um alto astral só. E também por ser um grande profissional, atencioso, inventivo, instigado. Uma excelência do som.

A capa do CD foi criada por Asaías Lira, o Zaza, também companheiro de diversos shows, entre eles, a trilogia dos “Cantos” (Canto de Ossanha, Canto de Xangô e Canto de Iemanjá, no Teatro Maurício de Nassau) com os experimentos cênicos Marginália Total, Imperfeito e Começo, respectivamente; e também no Festival de Inverno de Garanhuns, em 2003, com a performance (juntamente com Júnior Aguiar), para música A Cara do Cara (Juliano Muta), que abria o show.

Se não me engano, o desenho da capa do foi feito todo em crayon.


Em resumo, um CD que contou com a colaboração dos amigos (além das participações virtuais de Che Guevara e dos emboladores Pardal e Verde Lins), que foi feito com muito amor e carinho, e que registra um pouquinho de nossas vidas e da nossa arte. É esta a cara dos caras.