31 outubro 2006

Aonde estão as flores da sua cabeça?


Esse título (apesar do pequeno equívoco, pois o correto seria “onde”.. mas vá lá.. licença poética pra tudo nesse mundo) é de uma música chamada As Flores, composição de Ortinho e Lula Côrtes (dois doidões de plantão), que está no disco Somos, do Ortinho. Ela embelezou minha madrugada de ontem/hoje ao chegar do jantar da casa de Filipe BB (o moço “verbete-mamute”).

Eu já tinha ouvido a canção certa vez no Abril Pro Rock do ano passado, numa versão bem rock’n’roll, cantada por Daniel Belleza & os Corações em Fúria (uma das pouquíssimas bandas que me agrada em relação ao rock brasileiro de hoje em dia), com participação do supracitado Ortinho, num modelito impagável e numa performance bárbara. Quem viu, viu. Aliás, essa música também foi gravada pelo próprio Daniel Belleza.

Essa versão cantada por Ortinho é suave (apesar da aspereza da voz do cidadão), repleta de uma lúdica sensação, tão poética como um belíssimo arranjo de flores sobre sua mesa (ou mesmo sobre sua cabeça). Um arranjo simples (e por isso bastante bonito), com violão, bandolim, flauta, etc e tal. Apesar de a letra parecer denotar uma aparente tristeza, me parece bem viva, de natureza sutil e sorridente. Portanto, peço a todos que nunca esqueçam, por favor, de regar as tão belas flores de suas cabeças.

Quem quiser baixar a música, clica nesse link aqui: http://rapidshare.com/files/1464291/08._Ortinho_-_As_Flores.mp3.html

(instruções: ao abrir a janela, desça um pouco a tela, clique em "Free" - que estará no canto inferior direito de uma tabela - , depois que abrir outra janela, começará uma contagem regressiva; ao término dessa contagem, aparecerá um código de três caracteres, para confirmar o download. É só digitar o código, e mandar ver; escolher o lugar pra salvar a música e pronto. Basta aguardar a conclusão do download).

Aí vai a letra:

AS FLORES
Ortinho/Lula Côrtes

Aonde estão as flores
Da sua cabeça?

Murcharam, secaram
Só restaram os caules e espinhos
Ressecados de tristeza

Estão em qualquer vaso
Jogado, rachado, quebrado
Enfeitando qualquer mesa

Estão nos arranjos
Mandados, estão estampadas
Na blusa que você me deu

E lá permanecem bem vivas
E tão coloridas
Só que você esqueceu

...

A 85% de sexo. Lascívia. Tesão. Libido. Vontade. Desejo. Paixão.

Ando explodindo muito de tudo isso. Por quem? (alguém pode perguntar, creio eu). E respondo: apenas pela vida (se é que alguém esperava por uma resposta menos abstrata). Ouvindo a música supracitada e me vendo hoje em dia (no meio de um turbilhão de emoções, sensações, mudanças) é como se eu quisesse ver todas essas flores, com uma vontade intensa de tocá-las, todas, cheirá-las, espalhá-las pelas ruas e costurá-las em todas as minha roupas. As flores de hoje em dia estão secando (queixa antiga minha). Eu não caibo mais em mim. Sentir demais pode se tornar perigoso. E na impossibilidade de atingir um grau de emoção tão intenso o quanto desejo (por “n” fatores “humanos”), passo a aderir ao freqüente entorpecimento (via substâncias insólitas). Isso às vezes chega a me dar ápices e picos de sensações magníficas, como ver, cheirar, sentir e ouvir tudo muito mais amplo e mais próximo a (ou dentro de) mim. Vontade de abraçar o mundo.

Nas duas últimas semanas isso foi bem intenso. Tanto que o organismo pediu arrego algumas vezes. Mas na última sexta foi muito bom, interessante (apesar do início de uma sensação fortemente depressiva no dia seguinte). Um show de Nando Reis, resolvido de última hora (e que sempre acho fantástico, muito alto astral), e em boas companhias: meu primo Fábio (que também resolveu ir nos 45 minutos do 2.º tempo), Luciana (muito lindo vê-la) e Carol Alvim (ambas ex-companheiras de faculdade). Depois dos shows, ida ao Garagem (reduto “pseudo-cóco-punk-indie-chic” de Recife). E vendo mais gente por lá: Juliano Muta, Júnior Aguiar (depois de ver essa duas figuras, eu creio piamente que a arte e a beleza da arte estão impregnadas e espalhadas por todos os cantos dessa cidade, até mesmo no Garagem, purificando-o de visceralidade, pois isso é preciso).

POR FALAR NISSO: Quero aqui fazer uma campanha para localizar uma pessoa. Durante o intervalo dos shows de Nando Reis e Cheiro de Amor (nem me crucifiquem os “intelectuóides”.. hahahahaha.. até porque eu já estava tão louco nesse show que nem prestei atenção.. só lembro que tinha muita gente tocando no palco..).. mas voltando: no intervalo entre esses shows, surgiu uma moça que veio me cumprimentar por este blog que vocês estão a ler nesse momento. Ela me falou que descobriu o blog por intermédio de alguém que eu conheço (mas não lembro o nome da pessoa que ela falou). Ela elogiou e tal (Luciana até brincou comigo, disse que era uma “fã” minha e tal). Gostaria muito de localizar essa cidadã, para poder trocar idéias (não me levem a mal, por favor.. ando precisando entrar em contato com os seres humanos, com mais deles..). Então, se a própria estiver lendo isso aqui, se identifique, deixe algum contato (me perdoa, moça.. eu estava tão louco que nem lembro o nome nem nada.. ).. ou se alguém tiver conhecimento de quem ela é, me avisa.

DETALHE: Continuarei essa campanha de busca a cada post meu ou até que eu me canse de fazê-lo.. hahahahahahaha..

E eu continuo a perguntar: Aonde estão as flores de vossas cabeças?

(ouvindo As Flores, by Ortinho).

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas esse blog foi realmente uma descoberta pra mim... me deleita, me embevece!!!
Volto aqui sempre agora, porque as sensações que você consegue só com essa bela expressão, você nem imaginaria!!
Lindoooo, lindooo demais, o que você escreve, quem você é!!
E escrevo ouvindo a tão bem reproduzida música, e me pergunto onde estão as flores da minha cabeça, será que você mesmo poderia me responder?
Beijos intensos em você.

Anônimo disse...

léo cmo tu tax?
nunca mais tinha vindo aki...
tah lindo isso aki viu
bjuuu
lívia