09 outubro 2006

Transfigurações, borogodás & outras idiossincrasias mais.

Eu sou rebelde porque o mundo quis assim. Porque nunca me trataram com amor. E as pessoas se fecharam para mim.. ” (homenagem à minha indumentária da sexta-feira retrasada (29/09) – ver foto estranha abaixo).

Transfigurem todos. Todos merecem. Show de Cordel do Fogo Encantado, realizado na última sexta-feira (06/10), no Clube Português. Fui só. Sozinho. Tomei minhas duas garrafinhas de vinho lá na frente, tranqüilamente. Encontrei o louco do Jairo e o Walter Maymone. Mas acabei me separando deles. Entrei sozinho no show e continuei até o final (não encontrei mais ninguém). Mas acreditem: me diverti muitíssimo!!! Fiquei que nem um louco, sozinho, pulando, vibrando e muito ao som dos moços de Arcoverde, tentando entrar na roda de pogo, levando sopro de uma moça lá. Pessoas.. entendam bem: assistir a um show de Cordel é uma experiência incrível, não só pela banda em si, mas por tudo que você pode observar como sendo resultado da troca de energia entre eles e o público. É uma catarse das mais lindas que existe. E a confirmação de que o poder de hipnose e libertação da alma que o grupo exerce sobre a platéia vai tomando cada vez proporções maiores. Além do que o grupo tem uma energia incrível, seja pela força de sua percussão, seja pela coesão dos seus arranjos, pela dramaticidade cênica e carisma (sorriso infantil e sincero) do vocalista Lirinha. Tudo tem uma força inimaginável, surpreendente. Alma lavada e transfigurada em mil & uma coisas afins.

Mais um dia de diversão neste final de semana. Sábado (07/10) foi dia de Cinema, Praia e Futebol, com Sir. ROSSI e Del Rey. Essa dobradinha de majestades (Reginaldo Rossi e Roberto Carlos, via Silvério Pessoa e Mombojó + China) vem arrebanhando cada vez mais súditos fiéis.

As portas do Mercado Eufrásio Barbosa (onde aconteceu a festa) demoraram a se abrir, provocando um congestionamento de pessoas e respirações na frente do local. Já estava começando a ficar impraticável transitar por ali (ou até nem mesmo transitar, mas apenas ficar parado) tamanha era quantidade de gente que se espremia, na mais autêntica manifestação de “calor humano”.
Abertas as portas, fila. Fila para entrar. Brasileiros dão um jeito de furá-la (ups! Eu fui um deles). Lá dentro, outra fila. Fila para comprar a fichinha para beber cerveja. Brasileiros dão um jeito de chegar na frente, sem passar pelo suplício dessa fila (mais uma vez, Vila Nova está lá). Tudo isso, para conseguir uma cerveja por R$ 0,50 a menos. Ainda consegui sair no lucro. Só que na presença dessa fila brochante, minha noite foi regada a apenas uma cerveja (perdão.. alguns goles mais surgiram no decorrer da noite.. mas foram poucos).

Show de Sir. ROSSI é sempre aquele clima de gréia, diversão e alto astral. Momentos altos: “dizem que o seu coração voa mais que avião, dizem que o seu amor só tem gosto de féu, vai trair o marido em plena lua-de-mel” (desculpa, mas esqueci o nome da música), ou Garçom, ambas com toda a platéia cantando em coro. Além de Leviana, com um convidado, que subiu ao palco e foi cantar junto com a banda. Meu Deeeeus, quem era o convidado? Imaginem só, era Vila Nova!!! Tudo invenção de Yuri Queiroga (quer dizer, Asdrúbal Chué), que me chamou ao palco. Eu imaginei que isso poderia acontecer (ele me alertou antes sobre isso), e, prevenido que sou, levei a letrinha da música, pra cantar lá. Foi um momento cômico, todo mundo riu muito, principalmente o pessoal dos metais, riram com as expressões corporais que elaborei de improviso para a música (detalhe: fiquei cantando escondidinho, lá atrás). Isto feito, recebi um convite de Silvério (ou de Gaiman.. sei lá mais quem era naquele momento) pra ir ao ensaio, cantar a música com eles lá. Será? Será mais uma dobradinha de LUCIANO MAGNO (nome artístico de “cafajeste pop” que inventaram pra mim na hora) e Sir. ROSSI?

Rapaz.. juro a vocês.. Del Rey tocou, tocou, tocou, tocou.. mas eu nem acompanhei.. o aperto era geral, não conseguia respirar direito. Marmanjos de plantão, prestem bem atenção: sempre, sempre, sempre agradeçam aos meninos do Del Rey pela beleza dessas festas. Nunca vi tanta mulher bonita junta. As menininhas descoladas vão todas lá, gritar histericamente ao ver China (com aquela franjinha estranha) rebolar e fazer “miaaaau” em Negro Gato. Interessantíssimo. Novíssimo isso.


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Eu ando meio fora de sintonia com coisas e pessoas. Passei nos últimos dias por uma fase de me apegar às pequeníssimas coisas, a gestos, a palavras. Um apego emocional, amoroso, sentimental, uma euforia desmedida, um circular invariável e assimétrico de sensações por todos os meus poros e pela minha alma. Às vezes, sensações como essas podem nos encher de ternura, de encantamento. As pessoas nos despertam isso (mesmo sem querer). Mas, ao mesmo tempo, essas sensações podem nos causar um certo desconforto, uma sensação de idiotice, de tristeza e de engano quando nos deparamos com a possibilidade (e o fato concreto) de que era tudo uma simples ilusão, um meter os pés pelas mãos, um arriscar-se na medida mais improvável da distância e da anti-poesia, quando o mundo real nos diz “não”. Eu quero apenas a beleza dessas palavras, desses gestos, das conversas, do afeto, nada a pedir, a não ser isso. E também uma sinceridade do tamanho de tudo. Não pensemos em mais nada além disso, viu?

Um mundo cinza se cristaliza ao meu redor.

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