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03 março 2008

ilha dos vícios


ATENÇÃO! ATENÇÃO! ATENÇÃO!

Em edição extraordinária e especialíssima!!!

POST N.º 50 DA CAIXINHA:

Essa postagem de número 50 ficou reservada para uma ocasião importante. E ela se chama ÍNSULA.

Muita gente, com certeza, já deve ter me ouvido falar sobre a ÍNSULA, que é uma das bandas da qual faço parte.

Até então, não chegamos a fazer nenhum show "OFICIAL "de estréia (apenas um pocket-show, no fim do ano passado, na festa de confraternização da Representação Regional do Ministério da Cultura). Isso por conta do tempo que as idéias, canções e arranjos levaram pra maturar. Sem contar o fato de que todos da banda têm muitos outros afazeres. Por isso, também foi um trabalho danado conciliar as agendas de todos.

Mas, até que enfim, chegou a hora. E neste mês de março, a ÍNSULA estréia, OFICIALMENTE, para o público em geral.

E pra quem quiser entender o que vem a ser ÍNSULA, segue o release da banda:

“Concreto e neblina cega. O homem moderno vive imerso em uma maquete de mundo que criou para se sentir seguro e nem conhece direito o planeta em que vive, que dirá o universo. Mas há algo que grita dentro de cada ser humano, silenciosamente, ao fechar os olhos ou meditar. Até onde o que existe é criado pelos sentidos? Qual o limite entre o real e a fantasia? E se tudo que vemos não passar da construção ancestral de uma linguagem viciada?

A resposta para a origem dos desejos está numa ilha dentro de nossas cabeças: Ínsula. Sua função cerebral é o controle de todos os vícios, os impulsos de vida. É ela a responsável por iludir nossos olhos, boca e ouvidos, sendo a fonte de nosso prazer e de nossa dor. Desatento, pode alguém passar pela vida e não vivê-la de fato, ludibriado pelos sentidos.

Nesse cenário, a música é libertadora. Ela tem o poder de nos levar além dos limites, fazendo-nos transcender o visível. Ao acompanhar uma harmonia e uma melodia bem construídas, a mente viaja por mundos nunca antes visitados. E é justamente essa a proposta do grupo: percorrer o universo musical com sensibilidade e ultrapassar a barreira do superficial.



No repertório, um projeto que se aventura na experimentação da composição própria, além de releituras da música seiscentista e setentista, com incursões pelo samba, baião, tropicalismo, jazz, valsa, dub, blues, através das mais diversas possibilidades, sem fronteiras geográficas ou estilísticas.

A partir de um formato pouco usual, o grupo sugere, através de suas canções, [re]combinações improváveis de situações musicais, trabalhando ritmo e poesia, arranjos e performances, numa simbiose de sensações, onde toda e qualquer forma de expressão musical é reprocessada e torna-se estimulante aos sentidos.

A idéia é ter liberdade para, por exemplo, fazer uma leitura de um standard do jazz norte-americano se utilizando de elementos tupiniquins ou executar um típico baião nordestino com o mesmo apuro e cuidado, sem preconceitos, pois música é universal. Há boa música em Bangladesh e na China, em Oklahoma ou no Sertão do Pajeú, basta estar aberto a ouvi-la.”


Imersos no vício, então:

Juliano Muta voz e violão
Demóstenes “Macaco” Jr. trompete, cavaquinho e voz
Fel Viana contrabaixo e voz
Leonardo Vila Nova percussão e voz
Manoel Cunha bateria
Luís Carlos Ribeiro violoncelo

O show de estréia da ÍNSULA irá rolar no dia 20/03 (véspera do feriado de Semana Santa), às 22h, no Quintal do Lima, junto com a banda Pé Preto.

E na semana seguinte, no dia 28/03 (última sexta-feira do mês), também às 22h, a ÍNSULA faz mais um show, dessa vez no Novo Pina, junto com a Comuna.

Mas, antes disso, nessa próxima sexta (07/03), a partir das 14h, a ÍNSULA irá participar do programa Pernambuco Cantando para o Mundo, na rádio Universitária AM (820 MHz). Em uma hora de programa, iremos falar um pouco sobre nosso som, nossas idéias, nossas canções e projetos futuros. Vai ser um bom papo.




Quem quiser conhecer mais sobre a ÍNSULA, é só acessar:

www.myspace.com/ilhadosvicios
www.youtube.com/ilhadosvicios
www.flickr.com/photos/ilhadosvicios

E entrar em contato conosco através do e-mail:

ilhadosvicios@gmail.com

Das 4 canções disponíveis no MySpace, 3 delas são um diálogo direto com a literatura:

4 Horas e 1 Minuto e Pecado Aceso Claro são textos originais do poeta recifense Miró, musicados por Juliano, pra fazer parte da trilha do documentário Onde Estará a Norma?, que fala justamente sobre a vida e a obra de Miró, e faz uma abordagem sobre sua relação com a poesia, a cidade, o cotidiano.

Átema, por Encanto é composição de Juliano e Yuri Pimentel (Comuna) sobre texto de Clarice Lispector, do livro Água Viva.

Além disso, essas gravações contam a participação de Lucas Araújo (Parafusa, Dibontom) nas baterias em Missa e Pecado Aceso Claro; Júnior Crato (Rivotrill) e sua audaciosa flauta dão o ar de sua graça também em Pecado Aceso Claro. Em Missa, o contrabaixo ficou por conta de Yuri Pimentel. Também presente nesse trabalho, a voz de Joana Velozo em Átema, por Encanto.

A música da ÍNSULA exala sensibilidade, apuro e também boas doses de bom humor. Além de possuir uma grande carga cênica. São músicas feitas não só pra ouvir, mas pra ver, dançar, sentir, cheirar, tocar, lamber. Sem falsa modéstia nenhuma, posso afirmar que, realmente, é essa a pretensão: fazer uma música que dialogue com os sentidos; uma música completamente humana, mas muitíssimo audível e compreensível pela alma e coração.

Mais uma vez, o serviço, pra todos ficarem atentos:

07/03 (sexta-feira), às 14h – Entrevista com a ÍNSULA no programa Pernambuco Cantando para o Mundo, da Rádio Universitária AM (820MHz).

20/03 (quinta-feira), às 22h – ÍNSULA (estréia) + Pé Preto, no Quintal do Lima. R$ 5,00 (cinco dinheiros)

28/03 (sexta-feira), às 22h – ÍNSULA + Comuna, no Novo Pina. R$ 5,00 (cinco dinheiros).

Náufragos, aproveitem para ancorar nessa ilha dos vícios e divirtam-se!!!

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21 novembro 2007

semeadura e a colheita – 3/3



Mas nem só de teorias, tratados filosóficos, conceitos musicais e CD demo (ou EP, hoje em dia) vive uma banda. Também é necessário muito trabalho, esforço e dedicação. Correr atrás de shows, divulgar, ensaiar, passar som, etc. E, antes de qualquer coisa, acreditar no que se faz, colocar todo o seu amor naquilo. Tudo isso para que o trabalho possa ser reconhecido e alcance o maior número de pessoas possível, e que possa estimular a sensibilidade de cada uma delas de alguma forma. Que nossa música instigue, agite, faça pensar, remexa por fora e por dentro, provoque catarses. Essas são conquistas bastante recompensadoras, são o propósito principal de se fazer arte.

Nessa caminhada de dois anos juntos, considero que foram muitas as conquistas de Chocalhos e Badalos. A gente teve uma repercussão até razoável pra uma banda iniciante que era formada por meninos muito jovens (com idades que não passavam dos 25.. o mais novo, à época, tinha 18/19 anos). Muita gente nos conhecia, mesmo sem que tivéssemos uma noção muito nítida disso. É claro que não era nada estupendamente avassalador, mas dava pra sentir que nossa música estava até rolando por aí.

Apesar do curto período de tempo, nós vivemos alguns momentos interessantes que eu gostaria de relembrar, compartilhando dessas lembranças com quem ler essas próximas linhas. Shows, gravações (pra TV e rádio), ensaios, etc. Coisas que me vêm em mente e que me trazem boas recordações.

ÍNDIA MÃE DA LUA: O COMEÇO DE TUDO!!!

Poucos sabem, mas o nosso primeiro “show” (informalmente, informalmente) foi em Maracaípe, a convite da Índia Mãe da Lua.

Recebemos a notícia desse convite pelo nosso querido japonês, Juliano Muta (na época, Juliano era ainda um menino arredio, bicho-do-mato, alternativo em excesso, totalmente despreocupado com a “logística” das coisas). Era um evento em defesa da natureza, que iria contar com várias bandas, etc. Ficamos até empolgados com a idéia. Mal sabíamos nós que o esquema era a maior sujeira.. hahahaha.. e, realmente, foi.

Não tivemos direito a transporte.. o nosso “Bolsa-Família” foi algo em torno acho de R$ 1,50 a R$ 3,00 em alimentação pra cada um (um refri, uma coxinha e olhe lá..), quase não tínhamos onde dormir, tocamos num equipamento furreca, que nem pedestal pra microfone tinha.. tudo desorganizado.. num clima woodstock praieiro da porra.. vendo o dia nascer, tocando, bebendo e “tentando” ser feliz. Encontramos de tudo: hippies, surfistas, coroa dona de pousada dando em cima de Juliano, caseiro de pousada gago, TUDO!!! Tenho traumas dessa Índia Mãe da Lua até hoje (ela só quer saber de fumar maconha e ficar tocando aquela flautinha dela.. hahahaha). Mas, no fim das contas, foi uma experiência divertida essa de viajar com a banda, em seu primeiro show.

E mais divertido ainda era ver Rafael Duarte (nosso primeiro baixista, hoje no Rivotrill), com sua voz esganiçada, reclamando estressado com Juliano, por conta dessa “mega” produção. Tanto que me lembro que Rafael perturbava, dizendo que isso era obra de “JULIANO MUTA PRODUÇÕES”.. hahahaha.. eu NÃO agarantchio!!!

3.ª BIENAL DA UNE (13 de fevereiro de 2003)

A União Nacional dos Estudantes realizava sua 3.ª Bienal de Arte e Cultura em Recife (PE), no Centro de Convenções de Pernambuco, e nós fomos um das bandas escaladas pra se apresentar. Tocamos para um público de aproximadamente 8 mil pessoas, abrindo o show de Alceu Valença. Apesar da nossa apresentação ter sido cortada pela metade por conta da produção (que alegava que Alceu queria entrar, impreterivelmente, às 23h30 e “foda-se” quem não tocar no tempo devido pra ele entrar..), apesar de fazermos um show de apenas 30 minutos, foi tamanha a emoção e o respaldo do público, empolgado e empolgante, que nos abriu os braços, fazendo com que uma belíssima energia nos conduzisse a realizar um show vibrante e inesquecível. O ponto alto foi justamente a abertura, cantando Geraldinos e Arquibaldos, de Gonzaguinha, somente à capela, para o púbico extasiado. Lembro-me comovido daquela multidão.

A TRILOGIA DOS “CANTOS”

É também inesquecível a série de apresentações no Teatro Maurício de Nassau (na época, administrado por Serginho Altenkirch, grande camarada e incentivador do nosso grupo, que sempre esteve a postos, nos cedendo espaço pra apresentações), onde apresentamos, entre outros shows, a trilogia dos “Cantos”: 1) Canto de Ossanha (30 de abril de 2003); 2) Canto de Xangô (18 de junho de 2003); 3) Canto de Iemanjá (30 de agosto de 2003). Todas as apresentações foram feitas juntamente com os amigos da Comuna (na época, Comuna Experimental) e do grupo de teatro Caixa de Pandora. Todos esses shows tinham um clima mágico, de interação ente os grupos que participavam e o público. Tudo começava no meio da rua, com o Caixa de Pandora realizando seus experimentos cênicos, suas intervenções teatrais/poéticas/musicais/dionisíacas. Em algumas dessas, nós participamos com a música. Do lado de fora até dentro do teatro, o publico era conduzido pelos atores, num clima de catarse bastante propício para o banquete musical que viria a seguir, servido por conta da Comuna e de Chocalhos e Badalos. O mais memorável desses encontros foi o primeiro, Canto de Ossanha, onde uma belíssima jam com todos os músicos rolou no final. Juliano utilizava um chapéu de bobo da corte, cantamos, todos juntos, a música título da festa e até eu cantei A Carne, composição de Seu Jorge e Marcelo Yuka, famosa na voz de Elza Soares. Arrebatador.

XIII FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS (13 de julho de 2003)

Esse momento representou uma grande realização pra todos nós. Estar ali, naquele grande evento, naquela cidade, apresentando-se para um público diferente (e também tão próximo, já que grande parte do povo de Recife vai pra lá), tudo tinha um sabor diferente, marcante. A produção do festival foi de uma eficiência, profissionalismo e gentileza tamanha conosco. Transporte exclusivo, camarim decente, som impecável.. tudo isso contribuiu para uma apresentação também impecável, feliz, instigante, contagiante, que contou com a participação da paraibana Larissa Montenegro (da banda Chico Correa & Electronic Band), dividindo com Filipe BB os vocais em Pra Onde o Mar se Acaba. Tocamos para um público de, se não me engano, 15 mil pessoas, com direito a matérias elogiosas nos jornais do dia seguinte. Uma platéia também muito vibrante. Um show com direito a bis, a pedidos da produção do palco. Além de quê, a participação dos atores Júnior Aguiar e Asaías Lira (o Zaza) na introdução do show, com a música A Cara do Cara. Saímos de alma lavada, por termos feitos um bom trabalho nesse dia. Um dia muito especial.

CASA DA GLOBO / CARNAVAL ATERNATIVO DO RECIFE ANTIGO (24 de fevereiro de 2004)

Era o último dia do carnaval de 2004. E nos apresentamos no programa Casa da Globo, que é exibido anualmente, no período carnavalesco, onde artistas são chamados pra uma casa em Olinda (este ano, também no Recife Antigo), onde cantam e conversam sobre música e carnaval com os repórteres da Rede Globo Nordeste. Nesse mesmo programa que participamos, também passaram por lá Claudionor e Nonô Germano, SpokFrevo Orquestra, Lula Queiroga, Lenine e Silvério Pessoa (que cantou conosco Micróbio do Frevo e Me Dá um Cheirinho).

Além da visibilidade que a TV poderia nos dar a partir daquele programa, tivemos direito a um buffet da Rede Globo que, meu amiiiiigo, RESPEITE!!! hahahaha.. todo mundo lavou a burra!!! Então, bêbados, drogados e prostituídos (principalmente por conta do whisky) saíamos todos dali, rumo em direção ao Teatro Maurício de Nassau, onde nos apresentaríamos pela programação alternativa do carnaval do Recife Antigo (a cena mais bizarra, fruto dessa tarde etílica, foi a de Juliano, saindo desesperado pela janela da van, no meio do caminho, pra mijar no meio da rua, pois ele estava apertado.. hahahahaha).. o show no teatro foi bem carnavalesco, pelo clima de embriaguez que nos encontrávamos. O teatro estava lotado e o público caloroso. Formidável.

ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE HISTÓRIA – ENEH (12 de julho de 2004)

Esse dia, em especial, teve um clima mágico. Não sei explicar exatamente porque, mas dava pra sentir que a energia daquele lugar (Forte das Cinco Pontas) era linda, diferente, transcendental, propícia para a celebração da arte. Era de uma natureza cósmica que nos permitiu vivenciar intensamente na pele aquele show, com um público de estudantes de todos os lugares do país, curiosos, ávidos, que antes do shows nos perguntavam a todo o instante o que iríamos tocar, e que durante ele responderam positivamente à nossa intenção: envolvê-los com nossa música.

Eram belas meninas, dançando mística e sensualmente, contornando os espaços com pés e mãos, eram olhos atentos e brilhantes. Era gente com sede insaciável de música. E nos demos de beber reciprocamente.

Nesse dia, contamos com o amigo Yuri Pimentel (da Comuna) tocando contrabaixo conosco, já que Deco estava em viagem.

...


Abaixo, mais um vídeo gravado no Som da Sopa (em novembro de 2003). Dessa vez, tocando a música Pra Onde o Mar se Acaba. E como não poderia deixar de ser, a legenda no vídeo está errada. hahahaha:







Além desses, foram tantos os lugares por onde passamos e deixamos os sons de nossos acordes e batuques:

- Capibar (por diveeeeeeersas vezes)

- Unicap (por duas vezes)

- La Prensa

- Armazém 14 (para o programa de TV Som da Sopa, de Rogê, num especial, onde também participaram Sa Grama, Pindorama, Comadre Florzinha, Os Cachorros e Textículos de Mary)

- Comunidade da Ilha Santa Terezinha (Santo Amaro)

- Espaço Usina (onde fizemos um show incrível, por onde passaram, na mesma noite, Coco Raízes de Arcoverde, Eddie, Comadre Florzinha, Maciel Salú, Cila do Coco, Sa Grama, Batuque Usina, Coco Bongar, Cogu Blues, Bonsucesso Sambaclube, Mombojó, Aurinha do Coco, DJ’s Nego Nu e Gringo da Parada.. e lá também também fizemos um show especial de São João, junto com Comadre Fulozinha)

- Praia de Boa Viagem - na frente do Acaiaca (para o programa de rádio Cidade na Praia, também de Rogê).

- Fafire

- Garrafus (hoje, Toca da Joana)

- Mad Pub

- Canal das Artes (onde realizamos o último show da banda, no dia 4 de dezembro de 2004)

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Além disso, fizemos algumas aparições em programas de rádio e TV, como os já citados Som da Sopa e Cidade na Praia. Também fizemos participações em outros programas da Rádio Cidade (como o Cidade do Rock e o Torcida da Cidade, onde alguns dos meninos conversaram sobre música e futebol) e da Rádio Universitária AM (Coquetel Molotov).

Na TV, demos as caras no Bom Dia Pernambuco e no Jornal Hoje (programa exibido nacionalmente), onde gravamos, durante 4 horas, nas cidades de Recife e Olinda, para um quadro semanal do jornal, com bandas independentes de todos os cantos Brasil.

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Por todas essas (e algumas outras) que eu percebia o quanto estávamos seguindo pelo caminho certo. Era o que me demonstravam as situações que vi e vivi durante esse tempo de banda.

Uma delas (a mais arrebatadora de todas, sem dúvida), foi quando fui ao centro da cidade, fazer uma entrevista com Rogê, na época em que ele estava fazendo o programa Cidade de Andada, no qual ele ia com um estúdio móvel, semanalmente, apresentar o programa de um ponto diferente da cidade. Ao chegar lá, ele me pegou de surpresa e me perguntou, no ar, pela banda, e pediu a Jairo (que estava no estúdio) pra rolar uma música nossa, Velho Samba Novo (de Juliano Muta).. e no momento em que tocava a música, percebi que alguns jovens que ali estavam assistindo ao programa também cantavam-na. Isso foi muito interessante pra mim. Na época, a música fazia parte do “Cidade dá de 10”, que era o “top” das 10 músicas mais executadas na rádio.

Outras coisas que me pareceram interessantes foram declarações de Silvério e do Mombojó a respeito de Chocalhos e da nossa importância naquela nova safra musical que surgia. Silvério, inclusive, à época de uma de suas turnês ao exterior, falava à Folha de Pernambuco que um dos discos que ele levaria consigo para ouvir na viagem e durante a turnê era o nosso CD demo.

E no ano passado, conheci (através do soulseek) uma jornalista do RJ, chamada Kika Serra, que comanda um programa de rádio transmitido em Londres, o Caipirinha Apreciattion Society. Ao contar que eu tinha uma banda chamada Chocalhos e Badalos, ela me falou que já tinha tocado música nossa no programa, a mesma Velho Samba Novo. Vejam só: Chocalhos já tocou até em programa de rádio em Londres!!!

Além disso, por conta de alguns acidentes de percurso, QUASE chegamos a tocar, por duas vezes, no Abril Pro Rock, e uma vez no Rec Beat.

Também os comentários e críticas que sempre recebemos de pessoas próximas (e de algumas outras nem tão próximas assim, mas que chegavam até nós pra falar da banda) atestam o quanto era bom, importante e consistente o que a gente estava fazendo naquela época. Tudo isso reafirma sempre dentro de mim que fizemos o melhor de nós durante esse tempo, assim como me dá a certeza de que conseguimos colher bons frutos a partir disso.

E é exatamente por isso que eu gostaria de agradecer a MUITA GENTE por essa história que construímos ao longo desses 2 anos, essa história marcante que iremos relembrar neste dia 30 de novembro. Meus agradecimentos para: Filipe BB, Juliano Muta, Deco Nascimento, Thiago Suruagy, Guilherme Almeida, Eluizo Júnior, Yuri Queiroga, Fumato, Rafael Duarte, Thiago Brigídio, Comuna, Júnior Aguiar, Asaías Lira, Ângelo Fábio (e todo o pessoal que fazia parte do grupo Caixa de Pandora), Rogê, Sérgio Altenkirch , Larissa Montenegro, Raul Luna, Fernando Carvalho, Karina Ferreira, Pardal e Verde Lins, Che Guevara, Gonzaguinha, Chico Buarque, Clara Nunes, Silvério Pessoa, Melina Hickson (N.A.V.E. Produções), Dona Socorro (Capibar), Felipe Machado, e, PRINCIPALMENTE, aos grandes amigos do peito, aos familiares, que foram os nossos principais incentivadores.

Então, vamo que vamo!!! Todo mundo no Quintal do Lima no dia 30 de novembro, às 22h, nessa apresentação que será uma oportunidade ÚNICA de ver essa patota inteirinha reunida novamente; A banda estará completíííííssima.. os 7 em palco.. isso, se “Garrinchinha” não der o drible (alguns sabem do que estou falando.. hehehehe), tocando as músicas do repertório original, com novas roupagens, acrescido de mais algumas novidades.

Daqui pra lá, vou abastecendo a todos com mais informações.

Um beijo doce no coração e um abraço apertadíssimo na alma de todos.

20 junho 2007

Garanhuns, aí vou eeeeeeu!!!


Pessoal lindo da minha vida!!! Este post de hoje é um dos mais felizes (se não O MAIS FELIZ DE TODOS) que a caixinha recebeu até hoje!!!

Bem, vamos ao que interessa: A Fundarpe (Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) divulgou hoje, às 11h, a programação de edição de 2007 do Festival de Inverno de Garanhuns. Entre algumas atrações bem legais que irão rolar esse ano (como Lenine, Cordel do Fogo Encantado, entre outras que depois eu comento.. hehehehe), chamo atenção para duas, pois TOCO EM AMBAS.. ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ.. É ISSO MESMO, AMIGUINHOOOOOOSSSS!!!! A FELICIDADE HOJE TOMA CONTA DE MIIIIIIIIM. É LEONARDO VILA NOVA EM DOSE DUPLA, ESSE ANO, EM GARANHUNS!!!

Isso me lembra a primeira vez que estive lá, há 4 anos, no dia 13 de julho de 2003, pra tocar com a Chocalhos e Badalos (banda que muitos conheceram na época), no Palco Pop (Parque Euclides Dourado). Boas lembranças daquele dia. Tudo muito bom. O tratamento que a produção nos deu foi da melhor qualidade. Passagem de som fuderosa, calma, muito eficiente. Qualidade do som, idem. Um camarim dos mais fartos (em termos de bebida e comida). Amigos nossos lá (lembro de todos: Socorro, Júlia, Natália, Rafael, Flora, Uaiana, Eugênia, etc.). Expectativa total e nervosismo pulsante em nossos corações. Era um reconhecimento magnífico do nosso modesto trabalho, até então. Abrimos o show pra Cabruêra, uma banda excelentíssima da Paraíba. Tivemos a participação de Larissa Montenegero, vocalista da banda Chico Correa & Electronic Band, também da Paraíba. Ela cantou, junto a Filipe BB, a música Pra Onde o Mar se Acaba. Também tocando conosco, no show inteiro, um dos nossos grandes companheiros de palco e de vida, Yuri Queiroga. O show teve a brilhante abertura com a música A Cara do Cara, de Juliano Muta, contando com dois integrantes do grupo Caixa de Pandora (Asaías Lira.. o Zaza.. e Júnior Aguiar), com suas máscaras cavernosas e seus bailados e expressões tortuosas delineando a intenção da música. Teoricamente, fechamos com Geraldinos e Arquibaldos, a música “apenas cantada” de Gonzaguinha. Grande momento também. Porém, teoricamente.. pois no foi pedido pela produção que voltássemos ao palco para um bis, inesperadamente, por conta da excelente reação do público. E voltamos com o samba de terreiro A Véia Foice, também de Juliano, e seu nada sugestivo refrão: “corta CANA, BISavó.. cabeça ativa.. corta CANA, BISavó.. cabeça ativa”. Rolou muita diversão e felicidade nesse dia. Guardo pra sempre no meu coração.

E agora, 4 anos depois, eu, Filipe BB e Thiago Suruagy (também ex-integrantes da Chocalhos e Badalos) voltamos ao mesmo Palco Pop, no Parque Euclides Dourado, pra tocar com a cantora, compositora e musicista CAROLINA PINHEIRO.


Com mais de 10 anos de estrada, a sua relação com a música vai além do simples ato de tocar e cantar, e sim prenuncia uma comunhão entre o corpo, a mente, o coração e o universo ao seu redor; uma comunhão transcendental e profunda. Porém, uma profundidade expressa com simplicidade e leveza através de suas canções.

Ela faz uma música em que se identificam elementos das nossas raízes culturais, reprocessadas através de uma linguagem pop contemporânea, com letras de forte teor místico e existencialista. Uma música pontuada por um misto entre regional e universal, de natureza híbrida, onde se percebem diversas texturas, por hora contrastantes, porém complementares e uníssonas.

Assim, se desenvolve um espetáculo sensível e dançante, proporcionado por uma voz suave e potente ao mesmo tempo, mais uma das aparentes contradições de que se compõe esse trabalho.

Fazem parte da banda que acompanha Carolina Pinheiro: Filipe BB (guitarra e viola de 12 cordas), Thiago Suruagy (percussão), Eduardo Buarque (bateria e percussão), Koala (contrabaixo) e euzinho, Leonardo Vila Nova (percussão).

Aí segue o link de uma de suas canções, Mayara:

http://rapidshare.com/files/38366658/Carolina_Pinheiro_-_Mayara.mp3.html

E eu tocarei também com a ELECTROZION, projeto de música eletrônica, no qual fui chamado a integrar há pouco mais de 1 mês e meio.


A Electrozion mistura influências da musicalidade negra, como soul, dub e reggae. A banda propõe um trabalho de colagem entre o eletrônico e o orgânico. Muitíssimo interessante e agradável aos ouvidos. Músicas com ambientações bem diversas, heterogêneas. Integram a Electrozion: Eduardo Padrão (guitarra), Peter Noya (no que eu chamo de oprecionalizações tecnológicas e musicais), Ju Orange (vocais) e, agora, eu, Leonardo Vila Nova (percussão).

Segue o link do MySpace da Electrozion. Lá, vocês podem conferir 4 faixas do seu trabalho:

http://www.myspace.com/electrozion

Antes que vocês me perguntem, as datas de ambas as atrações ainda não estão definidas (assim como a de todas as atrações do Palco Pop). Mas convém lembrar que o Festival de Inverno de Garanhuns vai do dia 19 ao dia 28 de julho. Programem-se. Daqui pra lá, confirmando as datas, avisarei a todos, por aqui, por e-mail, por telefone, pessoalmente, por telepatia, sinal de fumaça, código morse, telegrama, pombo correio, qualquer coisa.

Além de eu ir tocar por duas vezes este ano em Garanhuns, grandes amigos também farão seu sons ecoarem por aquelas praças e parques: estão confirmadas também a COMUNA (dos meninos Ricardo Maia Jr., Bruno Freire, Amaro Mendonça, Yuri Pimentel e Glauco César Segundo), RIVOTRILL (de Eluizo Jr., Rafael Duarte e Lucas dos Prazeres) e OS INSITES (do meu amigo/irmão Fel Viana). Vai ser farra pouca, viu?

POST MAIS FELIZ DE TODOS!!! Espero ver muita gente amiga/irmã lá em Garanhuns, viu?

Grande abraços e luz!!!

22 março 2007

avisinhos de fim de semana & notinhas


A música vem me abraçando cada vez mais apertado. Pessoas novas, momentos novos, músicas novas (modinha à 13.ª), fazendo e pensando muitas coisas, em ritmo frenético; e muitas outras por fazer ainda, mordendo com vontade a polpa maçã; a mente, o coração e o espírito estão respirando mais profundamente um ar mais leve e ao mesmo tempo mais denso. Beleza na vida, nas pessoas, nas letras, nas notas, nos sorrisos.

Pouco dinheiro, mas muito bem-estar...

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Enquanto que a produção do show de Chico Buarque desorganiza pra poder se organizar, e os velhinhos pagam o pato, confusão, filas imensas e aperto pra poder ver o carioca, vou palavreando por aqui as coisas que estão rolando:

PROJETO “O FREVO”

Amanhã, (sexta-feira, 23), a partir das 22h (EM PONTO), na Praça do Arsenal (Recife Antigo), rola mais uma edição do projeto O Frevo, promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife (“A grande obra é LOMBRAR as pessoas”).

O projeto tem como mote trazer semanalmente três bandas/artistas da cena musical recifense a fim de fazer um show com repertório baseado em músicas próprias e em clássicos (ou não) do frevo. Cada artista tem a liberdade de adaptar os frevos ao seu estilo, e vice-versa: trazer músicas suas para o universo do frevo. A proposta é promover um intercâmbio entre o frevo e linguagens musicais diversas, que vão do pop ao rock, jazz, etc.

Entre as atrações de amanhã, a cantora, musicista e compositora Carolina Pinheiro (22h), com quem estarei tocando.

A cantora, que já tem mais de 10 anos de estrada (e já trabalhou com artistas como Chão e Chinelo e Josildo Sá), faz uma música em que se identificam elementos das nossas raízes culturais, interceptadas por uma linguagem pop contemporânea, com letras de forte teor místico e existencialista, pontuadas por um misto entre regional e universal.

Além de mim, na percussão, tocam com a Carolina Pinheiro os meus companheiros Filipe Barros (guitarra), Eduardo Buarque (bateria), Thiago Suruagy (percussão), Koala (contrabaixo) e Márcio Oliveira (trompete).

Além da Carolina Pinheiro, também se apresentam San B (23h) e Bonsucesso Sambaclube (0h).

Apareçam.

SHOW DAS BANDAS VERMUTE, COMUNA E PÉ PRETO




Neste sábado (24), a partir das 21h, o bar Capitão Lima (rua do Lima, n.º 102 – Santo Amaro) recebe as bandas Vermute, Comuna e Pé Preto.

Cada uma das três bandas possui um trabalho bem particular, que vai do pop ao jazz, com incursões pelo rock, pelo samba, pelo experimentalismo, etc e tal. Vale a pena conferir, será uma noite bem sortida.

A entrada custa R$ 3,00 (três CONTO).

MTV ESTÚDIO COCA-COLA

Quem quiser ficar em casa neste domingo (25), dê uma olhada numa das poucas coisas interessantes que a TV irá mostrar neste fim-de-semana. É o programa MTV Estúdio Coca-Cola, que irá, em sua primeira edição, juntar os músicos Lenine e Marcelo D2, pra uma apresentação inédita.

Vai ser interessante ver a dobradinha de artistas tão singulares, cuja música tem como principal marca o groove, o balanço, a levada.

As bandas dos dois músicos se fundiram, pra fazer uma única banda, composta pelo violão inconfundível de Lenine, as rimas de D2, entre guitarra, baixo, bateria, percussão, scratches, beatbox e teclado, desfiando um total de 8 músicas durante a apresentação. São três canções de Lenine, três de D2, mais 2 covers: Brejo da Cruz, de Chico Buarque (ATENÇÃO: nesta música, D2 irá CANTAR, e não rapear..) e Guerreiro, de Curumin.

O programa será exibido pela MTV, às 19h30 deste domingo (25).

C(A)Ê TÁ CHEGANDO

O cantor Caetano Veloso virá se apresentar em Recife, nos dias 30 de abril e 1.º de maio, no Teatro Guararapes. No repertório, canções do seu mais recente disco, , além de diversas canções de Caê, que tenham ligação com o universo do rock. Quem quiser ir, prepare logo o bolso. Mais informações, neste blog ou em qualquer canto por aí.

LULA QUEIROGA NO DOMINGO NO CAMPUS

Enquanto segue entre as produções da Luni e a gravação do seu terceiro disco solo, Tudo Enzima, Lula Queiroga já é atração confirmada numa das próximas edições do Domingo no Campus, dia 27 de maio.

SILVÉRIO PESSOA LANÇA DVD

Silvério lança, nesta próxima quarta-feira (28), às 19h, na Livraria Cultura, o DVD Cabeça Elétrica, Coração Acústico ao vivo, gravado no Teatro Santa Isabel, no show de lançamento do CD homônimo, em novembro de 2005.

No DVD, além do show, imagens de bastidores, depoimentos do artista, clipes e trechos das turnês realizadas pela Europa.

Na ocasião, um bate-papo com Silvério e os diretores do DVD, Lula Queiroga e Eric Laurence, além da apresentação de 5 músicas.

Cabeça Elétrica, Coração Acústico ao vivo terá lançamento especial, com show no Sesc Pompéia, em São Paulo, no dia 31 de março.

RIVOTRILL GRAVANDO CD

Entre um turbilhão de idéias, yakissobas, refrigerantes, biscoitos, cervejas, cigarros (esses e aqueles), num ambiente caseiro e bucólico (o interior de uma casa com um belo quintal, composto de árvores por todos os lados). É no meio disso tudo que a banda Rivotrill grava o seu CD estréia, Curva de Vento. As gravações começaram no início da semana passada e o que começa a se descortinar vem sendo bastante instigante. Visitei os moços nesse último sábado. Percussões já gravadas (apenas mais alguns retoques) e contrabaixo sendo gravado. Mas já dava pra perceber a vibração, o poder e o vigor desse trabalho. Cada cômodo da casa é utilizado para gravar algo, dependendo da intenção acústica que se queira dar a cada instrumento. Os meninos têm deixado as idéias correrem soltas, captando tudo ao redor.

Caiu na rede sonora, é música.

Aguardem mais notícias, em breve.

23 dezembro 2006

música, jazz e pop-filosofia



Como é orgasmático o sexo entre a música e a poesia. Provam, se lambuzam, se deleitam desse tesão os que tem ousadia de se permitirem essa lascívia, além de também se respigarem desse gozo por todos os poros da alma e do coração. É o caso de Jomard Muniz de Britto e a Comuna.

No site www.mp3magazine.com.br foi lançado o disco JMB em Comuna, parceria coesa, estimulante, provocadora e também inquietante entre a poesia de Jomard e a música dos integrantes da Comuna (ex-Experimental). Não há como sair ileso das sensações (boas ou ruins) que o disco pode causar.

São 10 faixas em que os “atentados poéticos” de Jomard entram em consonância com as dissonâncias da música densa e de incômoda profundidade da Comuna.

A Comuna, composta por Ricardo Maia Jr., que produziu o disco, Glauco Segundo, Bruno Freire e Amaro Mendonça, concebeu as faixas de duas formas: procurando encaixar composições musicais já existentes aos atentados poéticos de Jomard, percebendo (trabalho que denota uma sensibilidade aguçada) o que mais aproximava uma ponta da outra (música e poesia), provocando, então, a osmose. E a segunda forma foi criando improvisos em cima dos poemas de Jomard.

Um casamento perfeito entre a poesia caótica, pop-filosófica de Jomard Muniz de Britto, um verdadeiro emaranhado de “pós-tudos”, contradicções, onde tudo percorre linhas tênues entre o entendimento e a semântica de uma coisa e outra, onde uma coisa e outra se percorrem: a música, o cinema, a metalinguagem, a psicanálise, a política, o cotidiano, e tudo o mais que possibilite tangenciar o extremo absurdo mergulhado na mais absoluta razão, com doses intencionais de uma ironia “tropicalisticamente” correta, e a música intimista, reflexiva e, repito, inquietante da Comuna, repleta de texturas, de momentos brancos e negros, profundamente forte na sua intenção e reação.

No site, todas as faixas estão disponíveis para download, além de uma matéria sobre a feitura do disco e uma entrevista exclusiva com Jomard Muniz de Britto, que comenta sobre sua obra e, mais especificamente, sobre esse trabalho em parceria com a Comuna.

Esse que vos fala também participa virtualmente do trabalho, com sua percussão nervosa (nesse caso, nem tão nervosa assim) em 4 das faixas que compõem o disco.

Cuidado para não perder o fio da meada das palavras de Jomard, entremeadas pelos acordes da Comuna.

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Outra dica para se ouvir e sentir é o som do Rivotrill.



Composto por Rafael Duarte (contrabaixo), Eluizo Júnior (flauta transversal, sax e teclado) e Lucas dos Prazeres (percussão), o Rivotrill tem 1 ano de vida e tem como mote “fazer música instrumental com bom humor e qualidade”. A partir das influências dos três jovens músicos (26, 22 e 21 anos), enovelam-se de forma coesa e belamente emotiva elementos que vão da mais alta liberdade jazzística, trafegando pelo latino, regional, pitadas de algo árabe rondando, tudo isso composto a partir do “triálogo” entre a esperteza e sagacidade da flauta de Eluizo, da instigação percussiva de Lucas e da precisão, leveza e balanço do contrabaixo de Rafael.

Ao se ouvir o Rivotrill, percebe-se ali uma profusão de sons, que permitem a quem ouve viajar pelos mais diversos ambientes, sem se perder da condução e do destino a que essas músicas se arvoram, que é produzir um estado de intenso bem estar. É como se cada compasso fosse composto de tons diferentes, de cores que se alternam em seu sentido e em sua amplidão, em sua possibilidade de se misturarem numa fração de segundos; um degradê tão sutil de intenções, de tempos, de pegadas, de ritmos, que nos põe a respirar diferente a cada momento da música, que nos faz sentir instigações e profunda letargia a cada instante ou ao mesmo instante de cada uma das músicas.

Acredito que essa sensação seja mais propícia e mais acertada ainda pelo fato de eles produzirem música instrumental, que necessita uma maior atenção do ouvinte, ao mesmo tempo que também tem um quê de liberdade grandiosa, seja pela formação musical dos meninos como pelas possibilidades que a música que eles optaram por fazer permite.

Pra quem não conhece ainda, recomendo ver, ouvir, prestigiar, viajar. O trio está preparando o seu primeiro espetáculo, intitulado Curva de Vento. Fiquem atentos!

Na rede estão disponíveis:

Comunidade no orkut -
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25314371
no site RecifeBlues (onde você pode encontrar mp3 e vídeos da banda) - http://www.recifeblues.com.br/bandas.rivotrill.html
no site da Trama Virtual -
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=59204

Um grande abraço a todos e um fim de semana musical e poético.

20 novembro 2006

Sabe-se lá, Deus..


“eu sou o herói, só deus e eu sabemos como dói” (Caetano Veloso)

.. ou o diabo até!!! Tudo de mim e mais um pouco. Agora dá pra falar, agora sim.

Meus queridos.. mudar de casa é mudar de mundo, sabia? Mas fugindo um pouco desse sentido concreto, geográfico da coisa, pensemos um pouco mais profundamente sobre isso. A gente muda de mundo o tempo todo. Mudamos de freqüência, de vibe, de sentido, de percepção. Somos [in]constante mutação a todo tempo e a toda vista. Basta perceber-se todos os dias. A luz que bate na nossa cara de manhã cedo muda, passa o dia mudando, até virar escuridão. A nossa respiração muda, no descanso, no cansaço, no sexo, na masturbação (isso é solidão ou não?). Nossa intenção com cada coisa do mundo muda a todo instante. Nossa vista avista cada coisa diferente a todo instante, e se debruça sobre cada mínima molécula de tudo de um jeito diferente, novo. Nunca nada será a mesma coisa daqui a 1 segundo. Até o amor e o ódio se interceptam, em osmose, e trocam de lugar o tempo inteiro. Mudar de casa, gente, é apenas mais um movimento desses bruscos que fazemos durante nossa vida, por isso é mais perceptível e menos compreensível, pelo menos pra mim o foi.

Estou de casa nova, agora (meu coração ainda mora em todos os lugares onde me sinto bem.. apenas meu corpo habita novo espaço geográfico agora). A semana foi uma correria. Arrumando, organizando, resolvendo pendências de mudança.

Quero deixar aqui um agradecimento muitíssimo especial a uma moça linda e querida de minha vida: Luciana Cardoso, minha luz de luz de luz de luz que me ilumina; que me ligou durante toda a semana pra saber como estavam indo as coisas comigo. Sempre atenciosa, preocupada, amiga, linda! Fico feliz de ter você na minha vida, viu, minha amiga? Tem dias que eu penso o quanto respirar o mesmo ar que você me deixa mais alegre.

Depois disso, uma sexta-feira em que consegui desopilar.. fui ao meu querido e famigerado Bigode, sozinho. E, sem planejar nada, tive uma noite de ótimas surpresas e bastante agradável. Conheci gente nova, o que me faz bem. As pessoas me fazem bem, as pessoas que gosto de cara me fazem muuuuuito bem. Freqüentar pessoas e ser freqüentado por elas, na medida da nossa sensibilidade, isso é o que mais me dá tesão nesse mundo. E é isso que me faz respirar melhor. E existe uma comunicação bela nisso tudo. Sem pretensões, sem que se peça nada, a gente sorri e pronto, tá feito. O resto, o mundo nos permite de forma delicada.

Depois disso, também sem planejar, ligo para os amigos Lucas e Larissa (papai e mamãe da linda Gabriela) e proponho uma visita minha a eles.. isso em plenas 23h e alguns minutos.. eu falo com Larissa: “e aí? Rola eu ir ver vocês?” ela: “claro que sim”.. eu: “e se tiver cerveja?” ela: “melhor ainda”.. aí fui.. assistindo DVD de Lenine, João Bosco (imitando ele cantar, interessantíssimo, novíssimo.. hehehehe).. tirando fotos, tomando cerveja, comendo tira-gostos fenomenais que Larissa fez pra todos nós e conversando muito com Lucas (imaginem só.. dois músicos conversando, o que sai, né? O papo é música, música, música, música.. o tempo inteiro.. hehehehe). A noite foi tão boa que passou rápido: amanheceu e eu ainda estava por lá.

...

Amiguinhos, momento divulgação: VILA NOVA TAMBÉM ESTÁ NO YOUTUBE!!! ÊÊÊÊÊÊÊÊ!!! Os moços da Comuna têm feito um trabalho interessante com o “pós-tudo-tropicalista”, Jomard Muniz de Britto. Bricolagens de vídeos do dito cujo, com a voz do próprio recitando textos seus, estão entrando no ar no youtube, com produção de Ricardo Maia Jr. No segundo vídeo, JMB em Comuna 2, uma percussão feita por esse que vos fala, Leonardo Vila Nova, dá o ar de sua graça. É um derbak que surge por duas vezes no vídeo (olhem nos créditos finais, meu nome está lá).. Estou negociando com Ricardo mais alguns batuques meus nos próximos trabalhos (inclusive, estou fazendo isso agora.. hehehehe).. Como eu disse a ele mesmo, já me ofereci todinho, abri as pernas que nem uma puta, basta agora a “gang” da Comuna se sensibilizar com o meu pedido e a gente dialogar com essas coisas de novo.. e mais dedinhos nervosos de Vila Nova em parceria com a Comuna poderão surgir por aí.

Aí vai o link do vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=o7JDzjLf_JE

Divirtam-se com as ousadias “semânticas-visuais-astrais-pré-e-pós-e-ultra-tropicalistas” de Jomard Muniz de Britto.

(ouvindo Uai-Uai (Revolta Queto-Xambá 1832), by Tom Zé)