"pois eu estou aqui.. sou esse ar que você vai respirar.. " (Nando Reis) eu hoje sou um pobre moço. arrefecendo, se esvaindo. a cada sílaba do que digo, transbordando de ternura, e de um amor tímido, porém gigante; mas tendo que derramar toda a água fora, tudo o que sinto pelas pessoas; na fugacidade delas me perco, me desagrego, me desconstruo. causa-me profunda infelicidade perceber que não se pode sentir, que não se pode deixar-se sentir. será que é pecado fazê-lo (o sentir)? ousá-lo (o sentir)? será que é pecado deixá-lo (o sentir) passear pela pele, pela alma, por todas as possibilidades de estar feliz quando se está com alguém? há algo de errado nisso? não quero apenas minutos, ou algumas simples horas de trocas de beijos e carícias, conseqüências de apenas “um clima”. não quero ter que sempre ouvir isso. o mesmo discurso vazio de sentido, efêmero. não quero que sejamos atores de histórias fugazes, de relações descartáveis. queria que o término de um dia não fosse, simplesmente, o fim das coisas. queria que os pálidos sorrisos de mera simpatia não fossem apenas inevitável opção de reencontro forçado, quando, na realidade, o reencontro deveria ser sempre um recomeço de tudo, uma nova busca pelo outro, e não uma premeditada distância, por medo, por egoísmo, por incapacidade de amor, por racionalidade exacerbada. não queria ter que desencontrar os olhos, fingir solidez, frieza, austeridade.. e eu pergunto: qual o erro que existe em estar-se pleno e deixar-se sentir? será que há algo de errado em demonstrar o que se quer, se sente, se deseja e se tem vontade? por que coisas tão puras, tão simples, tão belas, devem ser omitidas, como forma de demonstrar uma falsa segurança, apenas por uma artimanha como parte de um jogo estúpido, idiota, que não diz respeito a nada do que eu procuro? por que as pessoas se escondem atrás de um muro instransponível de insensibilidade? quero, sim, sentir, encantar-me, apaixonar-me, amar, desejar, isso tudo sem medidas e sem medo de dizê-lo, de mostrá-lo ou fazê-lo, e sem ter que me adequar a jogos. quero poder abraçar.
o que há de errado comigo? estou cansado de sempre ter que ser saboreado como um deleite de um dia qualquer, tão mundano e efêmero. não quero ter que mendigar atenção, mas não quero também ter que mostrar uma força viril apenas para impressionar ou mostrar-me dono de uma situação. que danem-se todas essas regras. não quero banalizar isso. não quero banalizar esse jogo medíocre da mera conquista estimulada pela agitação dos ferormônios por um patético acaso da sorte ou pela possibilidade de ter que “me dar bem hoje, pelo menos hoje”. sinto uma revolta (e uma decepção enorme) em ver o quanto temos que aprender a nos adestrar, a nos adequar a isso. eu não me acostumo com essas regras espúrias desse jogo. e isso é um jogo? pois, no jogo, para um ganhar, outro deve perder. isso é justo? é justo ter perdedores? é justo cada ostentar para si mesmo tamanha vaidade de, no jogo da conquista, ter sempre que se sair bem? quanta tristeza há nisso. quantos corações se machucam quando seria muito mais fácil deixar-se tocar o rosto, tocar a alma. minha doçura se esfacela, perde o fôlego, não mais se sustenta. ela é, para grande maioria dos jogadores, uma idiotice sem cabimento, uma empolgação desmedida e insensata. se sou insensato por sentir plenamente (pois só assim acredito que a vida vale a pena) e dar-me o direito de viver isso, de me entregar como ser humano que sou, que essa minha insensatez faça sempre parte do cardápio de todo o dia, que seja saboroso, que agrade ao paladar de quem quiser, junto comigo, também se lambuzar do mel da vida, de arriscar-se, de se jogar afoitamente na tara do amor, da paixão, dos encantamentos, dos afetos. pois tudo isso é vida, é amor, é paixão, é encantamento, é afeto, não apenas um jogo. isso é vida.
ando vivendo emoções demais ao mesmo tempo. desculpem-me.
03 dezembro 2006
?
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leonardo vila nova
às
22:22
1 comentários
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06 novembro 2006
Estou aqui de passagem...
"Eu não sou da sua rua.. eu não sou o seu vizinho.. eu moro muito longe, sozinho.. " (Branco Mello/Arnaldo Antunes)
De que tamanho é o tamanho do amor de um homem transitório? Será que isso pode ser mensurado? Até que ponto esse amor pode trazer-lhe felicidades, e, ao mesmo tempo, profunda tristeza? Ou será que além desse homem, os próprios momentos que ele vive também são transitórios, e não passam apenas de momentos?
Questionei-me isso nesses últimos dias depois de ter que experienciar novamente uma sensação de amor, mas que, ao mesmo tempo, me ardia em feridas aparentemente cicatrizadas. Senti mais uma vez aquele velho sabor das lágrimas que escorrem dos olhos e passa pelos lábios. O mesmo sabor daqueles dias em que eu vivi um grande amor, e também grandes dores (talvez as maiores que já senti em minha vida). Diante disso, tomar uma decisão: enfrentar esse mesmo amor novamente, suscetível a despertar conflitos cada vez maiores, apenas pelo fato de ser um sentimento tão puro? ou prezar pela minha integridade emocional, sentimental e psicológica, afastando de uma vez por todas todos os fantasmas, todas as dores (o que significa afastar de mim esse amor), tentando fechar as cicatrizes?
Imaginem que essa decisão tinha que ser tomada numa conversa, algumas horas de confissões, lágrimas, tendo como trilha sonora um repentista que versava sobre o amor, tendo como ambiente aquele Recife Antigo, tão lindo e ao mesmo tempo tão sombrio, com a escuridão de sua noite, como esse velho amor. Eu resolvi abdicar dele por não agüentá-lo mais, por sofrer com esse sentimento tão lindo, mas que me fez chorar tanto. Uma resolução muito difícil, dolorosa, mas necessária.
Acreditem, meus amigos: a força do amor não é tão grande como assim a imaginamos. Digo isso com plena convicção (com uma certa ponta de decepção também). Mas juro que se isso fosse verdade, hoje eu seria alguém mais feliz. Ao lado de alguém que seria também feliz, caso quisesse. Mas diante disso, acredito que, independente de toda a tristeza que esse passado possa ter causado, eu tenho hoje um coração ainda mais aberto para o hoje e o amanhã. E é isso que importa.
...
Amigos. Não se preocupem mais. A moça que falou comigo no show de Nando Reis se identificou. A minha campanha de busca logrou êxito rapidinho. No dia seguinte ao post eu já tinha a “revelação”.. hahahaha.. O nome dela é Adrielle. Chegou até o meu blog através do meu amigo Fábio Fernando Diniz, um moço muito alto, que o que tem de grande tem de bom coração.
Ela me deixou um comentário, que resolvi não publicar, por conta do e-mail
dela que ela colocou, para não expô-la. Porém, pedi autorização a ela para que eu pudesse postar o seu comentário aqui no blog (omitindo o e-mail no caso); ela aceitou.
Ela disse o seguinte:
“Como de costume, uma leitora assídua vem ao blog, começa a fazer sua leitura, chega a entrar em plena catarse e quando os sentimentos estão borbulhando, acontece algo magnífico, de uma plenitude inigualável.
Confesso que fiquei fascinada com o que li, pois não esperava essa ‘campanha’. Não por duvidar de você, mas essa ‘busca’ estava partindo de mim. E afinal de contas, a sensação foi tão surpreendente como o fato de te reconhecer em meio a tantas pessoas e por fim, acabar me apresentando a ti
O episódio da sexta foi tão repentino, que nem pensamos numa possível troca de contatos. Acredito que no meu inconsciente estava guardada a possibilidade de ter o endereço do teu e-mail disponível no perfil. Tanto é, que essa foi a primeira atitude que tomei pra te encontrar, mas não foi bem sucedida. Logo após, tentei pelo nosso amigo em comum: Fábio (“aquele que é desse tamanho?” – de quem foram essas palavras?); mas não obtive resultado. Já tinha decidido deixar um comentário aqui no blog me identificando, mas você foi mais ágil e conseguiu um resultado instantâneo. Sua campanha foi bem sucedida, pois terei o maior prazer em manter contato com você!
O nome da sua leitora/fã/cidadã, tão procurada é Adrielle e o endereço do e-mail é: (----------)
Aguardo pelo contato!
=]"
Bonito, né, gente? Fico feliz com essas coisas.
Poréééééém, começo aqui outra campanha.. hahahaha.. uma moça chamada “Manu” já fez uns dois comentários nesse meu blog. Muito elogiosos também. Só que eu não sei quem é essa Manu. Das que eu conheço, duas afirmaram não ter comentado nada, e as outras nem sequer sabem da existência desse blog. Então, gostaria que essa Manu se identificasse. Dissesse quem é, através de que (ou de quem) conheceu o meu blog, etc e tal. Mesmo procedimento. Basta se identificar que eu entro em contato.
Bem, pessoas..
Por hoje é só.
(ouvindo Mingau de Cachorro, by Sa Grama)
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leonardo vila nova
às
02:29
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