16 julho 2006

uma água cercada de terra por todos os lados

Experienciar as sensações, todas elas, convergindo em mim, perambulando, trafegando, remexendo, encantando tudo ao meu redor e também me dilacerando, esmigalhando toda as minhas possibilidades de ver felicidade na vida. Talvez seja esse o meu defeito; ou talvez não, talvez não seja um defeito, apenas uma forma peculiar (e bota peculiar nisso) de sentir o mundo, as pessoas, os sentimentos. Eu me permito viver tudo, da forma mais plena e visceral, apaixonada, “sem economias” (como me disse uma vez Fernanda Santos, num depoimento pra mim, no orkut).

É essa minha relação passional com o mundo que acaba encantando algumas pessoas, fazendo outras temerem pela minha integridade emocional, e outras até se assustarem com isso. Na opinião dessas duas últimas eu me entrego demais, eu me apego fácil, eu vivo tudo de forma muitíssimo exacerbada, o que causa certo estranhamento. Eu já vejo de outra forma: acho que as pessoas é que vivem de menos, sentem de menos, se apaixonam de menos. Eu apenas vivo na medida e no limite que a vida me dá como brechas; se isso é um erro, eu sou o cara mais errado do mundo.

Eu amo, amo demais, tudo e mais um pouco. E sei que no mundo em que vivemos hoje, cada vez mais desumanizado, frio, individualista, onde as pessoas têm medo e relutância em SENTIR, esse meu comportamento é, no mínimo, kamikaze. E eu me apaixono por um toque, um olhar, uma palavra, um cheiro, uma essência, uma energia, um abraço, um beijo.. enfim, eu me apaixono por tudo que possa me provocar sensações carnais, espirituais, afetivas, etc. E é nesse ponto que vejo o quanto a efemeridade das coisas, a fugacidade tão agressivamente volátil delas se revela por inteiro, nessas experiências com os outros, ditos “seres humanos”, nessas relações interpessoais, nesse vazio de sensações e na total indiferença que se manifestava no segundo seguinte ao do amor.

Muitas dessas moças que passaram pela minha vida despertaram coisas bonitas, agradáveis, interessantes (cada uma delas sabe muito bem seu valor na minha vida). Só que, geralmente, não passava de um ou dois encontros.. o comportamento refratário vinha logo em seguida, aliado a uma frieza, evitando-me, fugindo de mim.. E a tristeza, desordeira, se instalava por completo, por eu sentir que não fui capaz de despertar beleza nelas, as moças. Ultimamente, tenho me incomodado profundamente com isso.. com essa inconstâncias e com a velocidade com que essas relações são descartáveis e fenecem, se diluem, pulverizadas, num simples "tchau", num desencontro de almas.. meu corpo, minha alma e meu coração andam se cansando dessa repulsa em querer viver que há nas outras pessoas, ou da “não-doação” às possibilidades de sentir que elas poderiam me dar, para que eu mostrasse o quanto seres humanos lindos querem/precisam viver em harmonia, amando, na poesia do abraço, do beijo, do sexo e de um amor absurdamente belo. Será que eu estou errado? E mesmo que eu esteja, sou teimoso, insisto e acredito que ainda há muito de ser humano nessas pessoas que eu freqüento/freqüentei/freqüentarei. Ainda acredito muito que vou provar um pouco do sabor de felicidade nessas relações passionais. Não quero perder minha capacidade de sentir o lúdico nas coisas da vida. Esse lúdico que tanto tem me acariciado como também me atormentado, quando percebo que converso com pessoas o dia inteiro, sobre os mais diversos assuntos, e no final das contas sou eu, na multidão de prazeres e regozijos efêmeros, buscando essência onde só restam ossos e ferrugem.

Essa postagem é para todas as mulheres que passaram pela minha vida, e para todas que ainda virão.

aahhh, se ela soubesse que eu estou aqui, por inteiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Léo mais uma vez oq dizer desse texto incrível?!!!
adorei...e me achei um poukinho aí tbm sabia?me sinto assim..exatamente assim mtas vezes...espero pelo dia q n vou mais sentir essas coisas..enqt isso...vou levandoo...e fica bem viu?vai vivendoo...eh oq importa poo...e seja mto feliz...
bjoooooo