o rouxinol sai de um ninho para o outro
aquele antes, donde tudo dele estava,
se desfazendo, vai ficando para trás
com tudo o mais que ele viveu..
restos de plumas, alimentos,
e também um pouco da pueril nostalgia;
o rouxinol, que era tão pequenino,
um dia teria que ir-se
para, sozinho, voar mais alto
as pernas bambas, vôo desengonçado
nem parece mais aquele rouxinol tão valente
que inflava o peito e cantava liberdade
agora, tímido, titubeia, ressente-se por medo
por não conhecer ainda o mundo que há do lado de fora
um salto apenas
para o futuro, para esse gigantesco tudo
superfícies impalpáveis de vida,
uma vida, assim, tão nova
cada instante tão intenso
movimentos contínuos de asas,
vontade de ir mais longe,
envergaduras que o sustentam no ar
esse ar que agora respira tem outro sabor
um misto de receio e novidade
e tudo muda ao redor
tudo se molda em conformidade com a vida
contra a qual sempre se rebelou, com tanta doçura
e também tão arredio, como bicho do mato
tão escondidinho no seu ninho
vida nova, ninho novo
vôo alto, ar tão denso
respiração agitada
e o rouxinol, sem pressa,
prepara as asas e a coragem
para voar ao outro ninho
e cantar cada vez mais alto
o canto da vida inteira.
12 novembro 2006
Mudança
Postado por
leonardo vila nova
às
18:53
Marcadores: mudança, poesia, transformações
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Um comentário:
léo adorei viu?
mto lindo cmo sempre...
=p bjuuuuuuuu
nunca mais tinha vindo aki Oh =D~
LÍVIA
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